Araguaia em debate no XII Fica

Araguaia em debate no XII Fica

 

 Goiás Agora 07/06/2010

 

Pela primeira vez em doze anos, a  preservação do Vale do Araguaia entra na pauta do XII Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, que começa amanhã na cidade de Goiás. A informação é do pesquisador da UFG, Laerte Ferreira, também  consultor do Festival.

O  Araguaia se destaca por ser o único grande rio do mundo que não sofreu intervenção direta do homem na forma de construção de barragens. Mas o rio sofre inúmeras ameaças, inclusive a da implantação de uma hidrovia. Segundo Laerte, a maior preocupação no momento não é a intervenção humana no rio, mas em seu entorno. A ameaça está em suas margens, no Cerrado.

“O Vale do Araguaia tem passado por profundas transformações ao longo dos últimos 40 anos, principalmente em função da agropecuária. As estimativas são de que aproximadamente 43% de toda a bacia do Araguaia já foram transformados em pastos e lavouras”, afirma o pesquisador da UFG. Ele acrescenta que os desmatamentos causam a produção de sedimentos que alteram o leito e a vazão do rio, afetando a biodiversidade do bioma.

Pesquisa recente realizada pela UFG constatou que grande parte de áreas de preservação permanente ao longo do Rio Araguaia foi imensamente desmatada, principalmente no segmento do Alto e Médio Araguaia, na Serra do Caiapó, na divisa entre Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, até Conceição do Araguaia. A situação é grave e preocupa não apenas pesquisadores, mas autoridades públicas e a população da região.

Em Goiás 18 municípios fazem parte do Vale do Araguaia. Um sinal claro da preocupação com o bioma é a participação inédita dos representantes desses municípios no XII Fica. Presidente da Agência Goiana de Cultura – Agepel e responsável pelo debate sobre o Vale do Araguaia no Festival, Linda Monteiro articula a criação de um Fórum de Desenvolvimento Sustentável da região. A ideia é possibilitar a troca de experiências entre gestores públicos e a busca de soluções comuns para os problemas ambientais que podem destruir um dos rios mais piscosos do mundo.
Mais informações: (62) 3201-5115