Faltam propostas, dizem analistas

“Faltam propostas”, dizem analistas

Fabiana Pulcineli e Núbia Lôbo

O Popular  - 13/06/2010

Cientistas políticos e um economista ouvidos pelo POPULAR apontaram a falta de propostas concretas e de aprofundamento dos pré-candidatos ao governo de Goiás nas respostas às perguntas feitos pelos leitores, publicadas ontem no Face a Face. Iris Rezende (PMDB), Marconi Perillo (PSDB) e Vanderlan Cardoso (PR) foram questionados a apresentar soluções para as dificuldades econômicas e de investimentos enfrentadas pelo Estado.

O “generalismo” nas respostas foi apontado pelos cientistas políticos Itami Campos, professor da UniEvangélica, e Heloísa Dias, professora da UFG. Os especialistas reconhecem que a campanha propriamente dita ainda não começou, mas defendem que os postulantes têm experiência suficiente para falar de propostas concretas.

“Fiquei surpresa com a falta de postura de quem se espera que seja administrador público. O nosso processo eleitoral não favorece o eleitor. Estamos há poucos meses das eleições e os pré-candidatos apresentam apenas promessas amplas, que não serão cumpridas”, avalia Heloísa.

Apontando também a “falta de proposta” nos discursos, Itami chama atenção para o fato de que os três pré-candidatos mostraram “decisão clara” de não se alinhar ao governador Alcides Rodrigues (PP). “Mesmo Vanderlan, que é apoiado pelo governo, se opõe (a Alcides). Fala que o governador está fazendo, mas não é enfático na defesa.”

Os especialistas têm opiniões divergentes para alguns pontos. Heloísa faz uma cobrança mais veemente sobre Marconi, que segundo ela “acabou de sair do governo e deveria dizer mais claramente o que pretende para uma terceira gestão”.

Já Itami avalia que apenas Marconi apresentou propostas, porém não deixou claro, por exemplo, o que é “contrato de gestão” com a equipe de governo, que o tucano promete executar se for eleito.

Sobre Vanderlan, Heloísa aponta que o ex-prefeito de Senador Canedo poderá surpreender durante a campanha. “É bastante pragmático, mas não se furtou a discutir temas complicados como Celg e dívida do Estado”. Já Itami aponta a postura do candidato frente às suas qualidades como obstáculo.

“Ele joga muito para (sua administração em) Senador Canedo, mas não pontua o que fez. Esse é o problema. Quem está fora da cidade fica sem saber”, diz Itami.
Além da falta de propostas, Iris Rezende foi criticado pelo olhar mais focado no passado. “Perguntaram de Educação e ele falou do que fez em Goiânia. E para o Estado?”, questiona Itami.