AMT e UFG se unem para melhorar o trânsito

Lyniker Passos e Marina Dutra

Na Semana Nacional de Trânsito, a Prefeitura de Goiânia, juntamente com a Agência Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade (AMT), assinou protocolo de intenções com a Universidade Federal de Goiás (UFG) que visa realizar uma série de projetos que serão desenvolvidos para melhorar a gestão do trânsito da capital. A medida inédita foi apresentada ontem na abertura oficial da Semana, na Faculdade de Odontologia da UFG, e tem como principal projeto um simulador de trânsito digital que pode prever os efeitos de determinada modificação no trânsito da capital, antes mesmo que ela seja implantada.

O simulador de tráfego já está finalizado e pronto para ser utilizado. Com a parceria firmada ontem, o próximo passo agora, segundo a assessoria de imprensa da AMT, é fazer o orçamento e avaliar a capacidade técnica do sistema digital da agência de trânsito da capital – se o atual sistema tem a capacidade de suporte ou não. A intenção inicialmente é utilizar o software de simulação para possível intervenção na Praça Universitária, no Setor Universitário.

De acordo com o idealizador do simulador, Bryon Richard Hall, o software é simples e exige apenas um computador para utilizá-lo. “Esta é a melhor alternativa para o trânsito de Goiânia”, declarou Bryon, que também é professor de matemática aplicada da UFG. Existem duas possibilidades para efetuar a simulação. Bryon explica que o programa pode visualizar o tráfego nas condições atuais, para avaliar o que a instalação de um semáforo, por exemplo, poderia influenciar no trânsito em determinada região da cidade. Também é possível simular o trânsito ideal. “O consumo de gasolina total de carros e qual seria o trânsito viável”, opina. 

Bryon relata que um programa parecido é utilizado na América do Norte, mas não tem a ver com a realidade do Brasil. “Por isso não deve ser utilizado aqui”, disse. Ele explica que o nosso trânsito é diferente. “Não podemos pegar um programa utilizado em outro país onde as principais vias são preferenciais e utilizarmos da mesma forma aqui. Em Goiânia temos rotatórias que no exterior não tem.”


Inédito

O software é inédito e foi executado em 1995 pelo professor. Em 2008 Bryan orientou o projeto de mestrado de um aluno da UFG do curso de informática. O programa foi feito experimentalmente em 1995, pelo professor e depois foi adaptado e desenvolvido por uma tese de mestrado de aluno da UFG do curso de Informática. Ele explica que é relativamente simples, utiliza-se um único computador onde na tela podem ser visualizados os efeitos de uma possível intervenção. Bryon montou o próprio software com base em literaturas que existem a respeito do assunto. O software foi registrado no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) em 2008.  E depende de decisão final da AMT para ser realmente utilizado.

Além disso, em cooperação com a AMT, a UFG irá realizar atividades com a participação de docentes, servidores, discentes e técnicos das áreas de trânsito e transporte. “O papel da UFG será o de colocar a academia a serviço do poder público. Temos especialistas e força de trabalho de estudantes e estagiários que resultará em melhorias no trânsito de Goiânia”, salientou o reitor da UFG, Edward Madureira.


Parceria

A UFG também disponibilizará seu espaço físico e laboratórios para a execução de programas e atividades relacionadas ao tema. Políticas de educação e segurança para o trânsito receberão o apoio do setor de comunicação da universidade. “A AMT tem a necessidade de ampliar suas ações e projetos. A assinatura de protocolo como esse resultará na execução de medidas eficientes para o trânsito de Goiânia, aliando o conhecimento universitário e a experiência da equipe da AMT”, disse o presidente da agência, Miguel Tiago. O protocolo vigorará por 120 dias – durante o período serão assinados diversos convênios.