Expectativa de vida do goiano chega a 74 anos

Lyniker Passos


Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou ontem que a expectativa de vida dos goianos aumentou em dois anos. Em 1999, a esperança de vida da população que vivia no Estado era de 71,7 anos. Hoje, de acordo com o levantamento, a população vive mais, chegando a uma média de 73,9 anos. As mulheres vivem mais que os homens, elas chegam a 77,3 e os homens, a 70,7. Há dez anos a diferença entre expectativa de homens e mulheres era um pouco menor. Os homens tinham média de 66,1 de idade, enquanto as mulheres apresentavam média 72,7.  A média da expectativa de vida da população goiana é maior que a nacional(veja box).
Para o professor de geografia e demografia do Instituto de Estudo Sócios Ambientais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Manoel Calaça, esse é um fenômeno mundial, em que Goiás não se difere. “É a tendência do mundo contemporâneo, por isso muitos países estão fazendo a reforma da previdência”, declarou. De acordo com Manoel, a política social dos governos também influencia nesse avanço. 
O professor cita três principais fatores que interferem diretamente no aumento da expectativa de vida da população de Goiás. Na opinião dele, a primeira que deve ser destacada é o desenvolvimento da engenharia genética, “avanço tecnológico e modificação nos tratamentos”. O segundo seria o acesso massivo, mesmo que às vezes de forma precária, aos programas de saúde pública e também aos planos de saúde e à farmácia popular. Por último ele destaca o avanço da economia.     
A presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria, sessão Goiás, Graziela Castro Márquez, afirmou que a tendência do aumento da esperança de vida é resultado realmente da preocupação com a saúde. “O que importa é envelhecer com qualidade de vida. De nada adianta viver em cima de uma cama com sequelas de um derrame”, opinou. Para ela, o idoso deve tomar cuidados para poder envelhecer com funcionalidade, andando, praticando esportes, morando sozinho. “Com autonomia e independência”, disse.
Segundo a especialista, não existe idade certa para procurar atendimento médico com um geriatra. Explica que a idade varia de acordo com o histórico de saúde do paciente. “Se o paciente tiver diabetes e outras doenças, deve procurar o médico especialista a partir do 50 anos”, afirmou. As mulheres também costumam ir com mais frequência ao geriatra. Graziela declarou que os homens são vão ao médico para algum tipo de prevenção quando levados pela família.
A professora Stela Maria de Rezende, 67 anos, é o exemplo do que a geriatra relatou como envelhecer com funcionalidade. Ela tem três filhos. Uma delas é Izabela Arantes, 43, mãe de Alessandra Arantes Guerra, 13. A avó de Alessandra relata que o segredo de sua vida é o trabalho. “Sou ativa em todos os sentidos da minha vida, trabalho, dirijo, canto, toco piano, faço natação e caminhada”, disse. Já seu marido faleceu aos 56 anos. Ela disse que já foi ao geriatra e que faz periodicamente exames de prevenção. “Moro em uma chácara e tenho boa alimentação”, disse.