Seguranças da UFG atiram em carro de jovens

Maria José Silva

A área da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Câmpus Samambaia, foi palco de uma ocorrência inusitada, na qual aconteceram bate-boca, perseguição e disparo de arma de fogo. O fato envolveu, de um lado, seguranças da instituição universitária, e, de outro, quatro jovens residentes no Residencial Morada do Bosque, nas imediações. Nenhuma pessoa ficou ferida, mas o caso foi encaminhado para a Superintendência da Polícia Federal (PF). A UFG anunciou que vai instaurar sindicância para apurar as circunstâncias do episódio.

Era por volta do meio-dia quando os quatro jovens dirigiram-se para as proximidades do Colégio de Aplicação para “ver as meninas” que estudam no local, conforme afirmaram. Eles estavam no Palio HOX-3422, de Goiânia, conduzido pelo proprietário do veículo, Marco Antônio Vieira Leal, de 19 anos. Ele estava acompanhado dos amigos, Renan Santana, de 20, Wilson Oliveira, de 19, e Murilo Santana Borges, de 19.

Um vigilante que estava nas imediações considerou que os quatro estavam em atitude suspeita e determinou que eles se retirassem do local. Os rapazes saíram em direção à Reitoria e, durante o trajeto, foram seguidos por outro vigilante, que estava em uma motocicleta. Perto de uma rotatória, o Palio foi interceptado por um carro no qual estavam dois seguranças da UFG. Marco Antônio Leal engatou marcha à ré, fato que motivou o segurança Lucas Gonçalves Rodrigues a atirar contra o pneu do veículo. Ele declarou que atirou porque acreditou que o rapaz iria atropelar o colega.

Os vigilantes exigiram que os jovens saíssem do carro com as mãos para cima e apresentassem documento de identificação. Os rapazes negaram-se a se identificar, alegando que a abordagem havia sido feita por vigilantes e não por policiais. Acionados pelos seguranças, militares compareceram ao local e levaram todos para a PF. O grupo foi ouvido pelo delegado Marcel Oliveira e liberado. O diretor do Centro de Gestão do Espaço Físico da UFG, Marco Antônio de Oliveira, disse que a não há recomendações para que haja disparo de arma de fogo na área federal.