Sabiazinho recebe dois espetáculos
Correio de Uberlândia, 28 de outubro de 2010
A partir das 20h, serão apresentados os trabalhos da Cia. Núcleo Artístico Luis Ferron (SP)
A terceira noite do 22º Festival de Dança do Triângulo reúne dois espetáculos com vertentes diferentes na arena do Sabiazinho a partir das 20h. O “Sapatos Brancos”, da companhia Núcleo Artístico Luis Ferron, de São Paulo, será o primeiro a subir ao palco. Em seguida, “Radiografia Carioca”, da Cia Khoros - do Rio de Janeiro, fecha a noite no espaço. A entrada é um litro de leite longa vida.
“Sapatos Brancos”, segundo o diretor e coreógrafo do espetáculo, Luis Ferron, foi inspirado na dança do mestre-sala e porta-bandeira do carnaval paulista. Ferron afirma que a coreografia faz referência à época que marca a inserção do negro na sociedade, onde todos passaram a usar sapatos. “É um espetáculo que ressalta a história da formação da cultura afro-brasileira.”
Duas trilhas musicais fazem parte da apresentação. A primeira é original, composta pela companhia, e a segunda é digital, feita pelo músico paulistano Loop B. “Sapatos Brancos” já passou por mais de 30 cidades de São Paulo e essa é a primeira vez que se apresentam em outro Estado. “Para nós é uma honra apresentá-lo em Uberlândia”, disse Luis Farron.
O espetáculo “Radiografia carioca” traz ao publico uberlandense um outro lado do Rio de Janeiro. Segundo a diretora, Marta Bastos, o público terá, por meio da dança, da música e da interpretação dos bailarinos, outra visão da cidade maravilhosa. “A nossa ideia foi mostrar o lado simpático de Bangu, nossa região, que está sempre relacionado a presídios e fora dos grandes eixos turísticos da cidade.”
O cenário é feito com material reciclável e caixotes de banana. Tudo foi criado, conforme Bastos, às margens da linha do trem que corta a cidade e baseado em um livro do escritor Nei Lopes, que conta detalhes e miudezas da cultura carioca.
Eixo temático
A professora, doutora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Renata Lima, participa do primeiro eixo temático do 22º Festival de Dança do Triângulo Mineiro, a partir das 14h, na Oficina Cultural. Na ocasião a professora irá realizar palestra com conceitos de identificar o corpo africano e seus desdobramentos, buscando compreensão de temas como: matrizes estéticas, etnia e tradições africanas como elementos de permanência e resistência do contexto cultural brasileiro.