Mais um protesto contra transporte

Mais um protesto contra transporte

Jornal O Hoje

26/03

Estudantes da UFG, do Colégio de Aplicação, membros da Comunidade Faz Arte, moradores da Vila Itatiaia, Jardim Pompéia e Setor São Judas Tadeu pararam os ônibus das linhas de acesso ao Campus Samambaia, das 9 às 13 horas, ontem. Foi a segunda manifestação pacífica promovida pelo Diretório Central dos Estudantes da UFG (DCE), esta semana. A outra foi terça-feira, no Terminal da Praça da Bíblia, que se encerrou na porta da Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo, CMTC.

Às 9 horas, cerca de 400 estudantes da UFG, de vários cursos, saíram do Campus em passeata com faixas, cartazes e apitos. Eles desceram a Avenida Esperança, na Vila Itatiaia, onde moradores se juntaram à passeata, e foram até a entrada do Setor São Judas Tadeu, no Posto Amigão.

Com o apoio da Associação de Moradores do Setor São Judas Tadeu, durante três horas, os manifestantes impediram a circulação dos ônibus das linhas 263 (Itatiaia/Praça da Bíblia); 302 (Campus/Marista); 268 (Campus/Centro) e 174 (Campinas/Campus). Quando tentavam impedir os ônibus de circular, na entrada do Setor São Judas Tadeu, cinco estudantes foram presos e levados para o 25º DP, na Vila Itatiaia.

Por volta de 11 horas, o major PM Sérgio pediu ao coordenador -geral do DCE, Leandro Vieira, que deixasse os ônibus circularem. “Os ônibus estão parados por mais de duas horas, prejudicando a comunidade que precisa do transporte”, argumentou o PM, educadamente. Mas os estudantes só cederam por volta de 13 horas, quando os cinco manifestantes foram libertados.

No decorrer do protesto, um pequeno grupo chegou a sugerir a queima dos ônibus, mas a direção do DCE se opôs. “Não vamos colocar fogo, para não dar gosto para os empresários do transporte coletivo, pois é isso que eles querem. Mas vamos provar que nós temos força, sem violência e sem agressão”, ponderou o coordenador-geral do DCE. Por muitas vezes o clima ficou tenso durante o ato, mas ninguém chegou às vias de fato, principalmente porque a chuva acalmou os ânimos. (Maria José Sá)


Jardim pompéia desamparado

A presidente da Associação dos Moradores do Setor São Judas Tadeu, Branca Araújo, afirma que o transporte da região deixa muito a desejar. “Os moradores do Jardim Pompéia, que fica abaixo da GO 080, não têm ônibus. O Circular Itatiaia passa de hora em hora, o Campus/Centro demora de 50 minutos a uma hora, só vive lotado e, como demora demais, às vezes passam dois de uma vez, o da frente vai lotado e, o de trás, vazio. O Campinas/Campus, a gente nem vê, porque às vezes demora mais de hora. Isso tudo sem falar que ninguém entendeu porque o Campus/Marista, que existe há mais de 30 anos, não está mais circulando nos finais de semana e feriado. Ninguém entendeu essa mudança!”

Os manifestantes encaminharam para a CMTC, ontem novamente, a série de reivindicações que já foram entregues na terça-feira. Leandro Vieira afirma que o DCE continuará os protestos em parceria com associações de moradores de diversos setores, até que as reivindicações sejam atendidas. (M.J.S.)


As reivindicações

 Retorno da rota da linha Itatiaia/Praça da Bíblia e mais ônibus nessa linha em horário de pico;
 Disponibilização da planilha de horários dos ônibus em cada ponto;
 Mais ônibus para atender os moradores do setor Shangri-lá, que só têm um ônibus, de hora em hora;
 Mudança de rota para atender os moradores do Jardim Pompéia e bairros vizinhos, que ficam abaixo da GO-080;
 Retorno dos vendedores de sit pass;
 Emissão e recarga de carteirinha dos estudantes sem restrição de data;
 Retorno do transporte gratuito dentro do Campus da UFG;
 Criação da linha Campus UFG/Região noroeste;
 Retorno do Campus/Marista nos finais de semana;
 Retorno da linha 174 (Campinas/Campus), com ponto final no Terminal Padre Pelágio;
 Mudança da linha 270 (Campus/Centro via Rodoviária), com passagem no Setor São Judas Tadeu e Jardim Pompéia;
 Que nenhuma mudança aconteça sem a participação do usuário.