Morrem mais dois animais no Zoológico

O Hoje - 25/07/2010

Lyniker Passos

O Parque Zoológico de Goiânia registrou mais duas mortes de animais – na quinta e na sexta-feira. O animal morto ontem foi um cervo dama – espécie de veado, o 30º a morrer no local somente este ano. Mas no dia anterior, um mouflon – da família selvagem de carneiros, já havia morrido. O HOJE recebeu a informação dessa morte, com fotografias, por e-mail, no fim da noite de sexta-feira, de uma fonte que não quis se identificar. Ou seja, o anúncio da morte do animal pelo parque só foi feito dois dias depois, coincidentemente na mesma manhã em que o jornal entrou em contato com o zôo para saber da procedência da informação.

De acordo com o coordenador técnico operacional do zoológico, Alcides Mendes, o cervo dama estava imóvel e já passava por tratamento há dois dias. O animal que tinha 1 ano e meio de idade, nasceu dentro do próprio zoológico. Com a morte agora restam 13 da mesma família no local. “A carcaça foi encaminhada para Universidade Federal de Goiás, (UFG), para fazer a necropsia, só então poderemos afirmar a causa da morte”, relatou.

Já o Mouflon morreu de pneumonia, após sofrer de aspiração de conteúdo ruminal. “O animal foi encontrado morto por volta das 16 horas da quinta-feira, 22, e a necropsia apontou este resultado”, disse. Alcides acredita que qualquer animal está sujeito à morte e que não tem uma justificativa aparente para o acontecimento. Ele relata que ainda existe um grupo grande de carneiros selvagens no local, com cerca de 30 mouflons.

No ano passado 98 animais morreram no zoológico de Goiânia, ao todo já são 128 mortes. Devido às mortes recorrentes apresentando somente explicações técnicas, o parque foi fechado em julho de 2009 e atualmente passa por reforma. Na quarta-feira, 14, o juiz da 3º Vara da Fazenda Pública Municipal, Sebastião Luiz Fleury, determinou o afastamento imediato de Raphael Cupertino, que até então respondia com diretor do Parque Zoológico de Goiânia.

A determinação foi impulsionada após a morte de uma zebra, no domingo, 11. O diretor é acusado de omitir registros de entrada e saída dos animais, o que resultou na sua gestão o desaparecimento de várias espécies. Somente esse mês foram quatro mortes, entre os animais, uma zebra, um gato palheiro, o mouflon e por último o cervo dama.

Procurado ontem pela reportagem, Raphael Cupertino afirmou não estar mais a frente da direção do parque. A decisão foi tomada após ser notificado sobre o pedido da Justiça. Sem mais explicações, Cupertino declarou que nos próximos dias irá convocar a imprensa para responder às acusações.