Arte e Tecnologia

Jogos com bola de gude e participação do público são o ponto de partida da exposição que será aberta na galeria da FAV

Ana Cláudia Rocha
 

Uma performance lúdica com mil bolas de gude deve atrair a participação do público hoje, às 10 horas, na Galeria da Faculdade de Artes Visuais (FAV) da Universidade Federal de Goiás. Guileta, Baleba, Bilosca, Bila, Birosca, Bolita, Bugalho, Buraca, Búrica, Bite, Cabiçulinha, Clica, Firo, Guelas, Peteca, Pirosca, Ximba, Filistrinhol, Boleba ou Bola de Gude é o nome da exposição que ficará aberta à visitação até 22 de outubro. Apresentado pelo grupo Corpos Informáticos, o projeto discute as possíveis relações do corpo humano com a tecnologia. Na abertura, o grupo coordena a participação livre do público com as bolas de gude. Toda a competição será gravada e monitorada por tecnologia desenvolvida pelo grupo. O resultado desses registros integrará a exposição.
 

"Microfones e sensores serão instalados na galeria e um vídeo será editado em tempo real, sendo modificado à medida em que o jogo vai correndo", explica a coordenadora do Corpos Informáticos, Bia Medeiros. O material da exposição é essa videoarte resultante do jogo com participação do público. "O título da exposição nos mostra a riqueza linguística, que é um dos nossos objetivos", completa.
A coordenadora relata que há algum tempo o grupo trabalha com jogos lúdicos com a intenção de gerar a participação dos visitantes. "No início, o público normalmente fica desconcertado. Depois há um entendimento. O que queremos com esses projetos é pensar o conceito de arte. E pensar que corpo é esse diante das tecnologias", frisa Bia Medeiros. Inédito, o trabalho que será exibido em Goiânia deve seguir depois para Brasília e outras cidades. "Os trabalhos evoluem e passam a fazer parte de outros processos, são mutantes", define Bia.
Selma Parreira, coordenadora da Galeria da FAV, diz que o projeto foi selecionado pelo edital da galeria. "É um trabalho participativo do grupo que já se apresentou em Goiânia com outras exposições", diz Selma. A performance tem apoio da UnB e do CNPq.
Criado em 1992, o grupo formado por estudantes e estagiários da Universidade de Brasília (UnB) realiza pesquisas artísticas em performance, videoarte, videoinstalação, videoperformance, performance em telepresença e webarte. Além de Bia Medeiros, o Corpos Informáticos é formado por Anibal Alexandre, Jakson Marinho, Víctor Valentin, Márcio Mota, Fernando Aquino, Camila Soato e Felipe Olalquiaga. De 23 a 27 de novembro, o grupo vai realizar um evento gratuito com debates sobre performances reunindo participantes de todo o Brasil na UnB e na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, em Brasília.

FICHA TÉCNICA
Exposição: Guileta, Baleba, Bilosca, Bila, Birosca, Bolita, Bugalho, Buraca, Búrica, Bite, Cabiçulinha, Clica, Firo, Guelas, Peteca, Pirosca, Ximba, Filistrinhol, Boleba ou Bola de Gude
Artistas: Grupo Corpos Informáticos
Abertura: Hoje, às 10 horas
Visitação: Até 22 de outubro, de segunda a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 14 às 17 horas
Local: Galeria da FAV-UFG (Câmpus 2)
Informações: 3521-1445