50% dos cursos tem nota mínima

Metade dos cursos de pósgraduação de Goiás obteve a nota mínima na avaliação trienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). De um total de 69 cursos avaliados no Estado, 35 ficaram com a nota 3, que equivale ao conceito regular, no estudo que abrangeu os anos de 2007 a 2009.

Implantada pela Capes em 1976, o sistema de avaliação da pós-graduação utiliza-se de dois processos para estipular a nota, que vai de 1 a 7, de cada curso. A nota 3 é o parâmetro mais baixo para que o curso obtenha o reconhecimento de renovação no Ministério da Educação (MEC) para os próximos três anos. Em todo o País, dos 4.099 cursos analisados, 780, o equivalente a 19%, obtiveram nota 3.

Além do alto índice do conceito 3, bem acima da média nacional, outros dois cursos em Goiás, de formação relativa a Mestrado Profissional - de caráter stricto senso e para atuação não acadêmica - não obtiveram a média mínima e podem ser fechados. O Capes não divulgou quais são esses cursos por haver possibilidade de recurso.

Quando leva-se em conta apenas o mestrado, a proporção de cursos em Goiás com conceito mínimo sobe para 62% - 32 de 51. Outros conseguiram conceito 4, classificados como de bom desempenho, e somente 4, todos eles da Universidade Federal de Goiás (UFG), foram avaliados como de alto nível de desempenho, com nota 5 (veja quadro). Não foi desta vez, no entanto, que Goiás conseguiu registrar algum de seus cursos de pós-graduação com conceitos 6 ou 7, referente aos grandes centros de excelência de estudo e pesquisa. No Centro-Oeste, dos 270 cursos analisados, somente 10, todos da Universidade Nacional de Brasília (UNB), conseguiram as médias mais altas no Capes.

Jovialidade
A recente implementação de muitos cursos de mestrado e doutorado no último triênio analisado pelo Capes, alguns deles, inclusive, até mesmo mais recentes do que o período de início das avaliações, é apontado pelas pró-reitoras de pós-graduação tanto da UFG quanto da PUC como um dos elementos fundamentais na obtenção do "padrão mínimo", o que foi encarado como natural tendo-se em vista a "jovialidade" de grande parte dos cursos.


"A maioria dos cursos que obtiveram o conceito 3 passou agora por sua primeira avaliação trienal, o que é completamente normal. Ficamos satisfeitos porque os cursos mais antigos, que precisavam apresentar crescimento, de fato apresentaram, como os cursos de Ecologia, Geografia, Química, Educação e Medicina Tropical, todos média 5", avalia Divina das Dores de Paula Cardoso, pró-reitora da Universidade Federal de Goiás.

Ampliação
Assim como Divina das Dores, Sandra de Faria, à frente da pró-reitoria de Pós-graduação da PUC, considerou positiva o desempenho da universidade. "Esse conceito inicial faz parte do nosso esforço de crescimento da pós-graduação, estimulado pelo Capes. Mostramos que os novos cursos são viáveis para se estabelecerem, e alguns cursos obtiveram o conceito mínimo mesmo sendo fundados em 2008", salienta a pró-reitora, reafirmando que o Estado cumpre atualmente o forte papel de ampliar a qualificação superior no âmbito nacional.


De fato, dentre as regiões brasileiras que apresentaram maior crescimento na oferta de cursos de pós-graduação em relação ao ano de 2007, a região Centro-Oeste figura na terceira colocação, com média 29,8% superior ao antigo índice. O crescimento de cursos na região só não foi superior ao apresentado na região Norte, com 35,3%, seguida da região Nordeste, 31,3%.