Sindicalismo em tempos de internet

Sindicalismo em tempos de internet

A paralisação dos professores da rede estadual goiana deixou uma lição muito importante, que precisa ser bem assimilada pela direção do Sindicato dos Trabalhadores da Educação no Estado de Goiás (Sintego), único organismo que tem legitimidade para falar (e agir) em nome da categoria. 
Aos poucos, as redes sociais estão lapidando novas feições para o sindicalismo brasileiro na medida em que ampliam o poder de mobilização popular e democratizam a divulgação das opiniões. Isso ficou bastante claro não só durante a greve, mas especialmente nos últimos dias, após o fim do movimento. 
Por meio dessas ferramentas, os descontentes se organizaram e criaram um grupo paralelo ao sindicato, chamado de Mobilização dos Professores de Goiás (MPG). Os integrantes criaram diversos grupos de discussão no Facebook e manifestaram sua indignação e frustração também por e-mail e blogs. 
 O professor João Coelho, um dos membros do MPG, admite o poder das redes sociais. Segundo ele, elas agregaram qualidade aos debates e aproximaram os manifestantes. “Há uma composição escrita, o que é uma contribuição muito benéfica.” 
Para ele, as mídias digitais e os problemas sociais estarão cada vez mais entrelaçados. “Elas têm contribuído bastante para imprimir mudanças no cenário político, principalmente em outros países, como a Inglaterra e países árabes.” Mas Coelho explica que o valor dessas ferramentas será minimizado se não houver participação presencial.

Redes aglutinadoras
A professora Luciana Barbosa tem opinião semelhante à do colega. “A rede social tem papel aglutinador fundamental, mas ela só tem funcionado porque os professores vão para as ruas”, completa. 
Doutor em Ciências da Comuni­cação, o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG) Luiz Signates concorda com a afirmação da professora. Para ele, a internet tem função exponencial e significativa na organização da sociedade e no estabelecimento de vínculos sociais, sejam eles trabalhistas ou culturais. 
Ela atravessa, inclusive, o poder dos si­ndicatos. “Nós temos sistemas institucionalizados antes da internet e por isso ela aparece como uma caixa de ressonância”. As redes funcionam, então, ta­nto para aglutinar pessoas quanto para promover a expansão ou a legitimação dos movimentos. 
Signates acredita que o papel principal das redes sociais no impasse entre os professores goianos e o governo foi, justamente, o de legitimação social para a pressão sobre a administração pública. “Os governos hoje estão cada vez mais sensíveis a esse tipo de pressão. Especialmente o governo Marconi, que é muito ligado às redes sociais”, considera o doutor. 
Signates argumenta que a repercussão que a greve teve nas redes sociais magnificou o impacto e amplificou a capacidade de pressão dos professores. “Eles fizeram isso tornando as reivindicações bastante conhecidas da sociedade e pressionando os homens públicos que são responsáveis pela área de Educação e o próprio governador”.


Ensino Técnico

Parceria

Com o intuito de ampliar o número de vagas na área de qualificação profissional para pessoas de baixa renda, na faixa etária de 18 a 59 anos, a Secretaria de Cidadania e Trabalho participou de uma reunião, semana passada, com técnicos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego ( Pronatec), do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O programa será implantado a partir do segundo semestre de 2012 em municípios com mais de 80 mil habitantes. Os cursos serão oferecidos nos Institutos Federais de Educação, Senac e Senai.


Vestibular

UEG

Atenção candidatos ao vestibular de meio de ano da UEG (Universidade Estadual de Goiás). O Núcleo de Seleção informa que as provas que seriam aplicadas no dia 6 de maio foram transferidas para o dia 13. O próximo processo seletivo da instituição ofertará 460 vagas para 13 curso de graduação. As inscrições podem ser feitas até o dia 9 de abril pelo site www.vestibular.ueg.br ou www.nucleodeselecao.ueg.br. Outras informações: (62) 3522.5607.