Dilma indo... Dilma, vindo!

Dilma indo... Dilma, vindo!

Cuba, Haiti, Alemanha, Índia, Estados Unidos e Colômbia. Esses foram os países que a presidente Dilma Roussef visitou só neste ano. Na bagagem de volta, acordos comerciais, parcerias técnico-científicas firmadas e algumas rusgas. A principal delas com os Estados Unidos. Afinal, o Brasil, assim como os outros países latino-americanos, quer Cuba na próxima Cúpula das Américas.
De acordo com o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Cooperação e Relações Internacionais (Idecri), Kjeld Jakobsen, a ordem de prioridades nas relações multilaterais, regionais e bilaterais se mantém a mesma da gestão anterior.
O que acontece, mesmo com Dilma viajando bem menos do que seu antecessor, Luís Inácio Lula da Silva, e tendo postura menos incisiva também. O que indica a manutenção das prioridades, segundo Jakobsen, é o fato de a presidente ter visitado países como Cuba e Haiti, subdesenvolvidos, antes de Estados Unidos e Alemanha, por exemplo.
Professor do curso de Relações Internacionais da Pontifícia Unive­rsidade Católica de Goiás (PUC-GO), Silvio Costa também vê essa continuidade, apesar de considerar que Lula e Dilma têm estilos diferentes. “Não dá para estabelecer relação de continuidade ipsis litteris. Afinal, são personagens diferentes. O que não quer dizer que um é melhor e o outro pior”, ressalta Costa.  Para ele, as viagens de Dilma são extremamente importantes para que o Brasil continue ocupando o espaço que alcançou nos últimos anos, tanto do ponto de vista da projeção política quanto nas relações comerciais e técnico-científicas.

Ações principais
Entre as viagens internacionais realizadas por Dilma em 2011 e 2012, Costa enumera os pontos mais importantes. Para ele, a continuidade de acordos com a Índia foi uma das principais ações da presidente. “Há vários acordos na área de informática. A Índia é polo de desenvolvimento nessa área de Ciências da Comunicação.”
Ali perto, com a China, Costa exalta as conversas na questão de exportações e importações. Já com os Estados Unidos, a visita de Dilma às universidades locais consolida e amplia as relações nas áreas científica e de tecnologia com aquele país.
Além disso, Jakobsen lembra que a presidente prestigiou todos os eventos internacionais que Lula ajudou a criar enquanto chefe de Estado. Estão entre esses eventos a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), o G-20 Financeiro e o Fórum Índia, Brasil e África do Sul (IBSA, sigla em inglês).
O professor também relata como importante o discurso de Dilma na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Ela foi a primeira mulher a abrir uma assembleia da ONU.

Amigo ou inimigo?

A visita de Dilma Roussef aos Estados Unidos, entre 8 e 10 de abril, gerou muita polêmica. Alguns veículos de comunicação anunciaram que ela não teria sido bem recebida.
Professor do curso de Relações Internacionais da PUC-GO, Silvio Costa não concorda e afirma que essa é uma visão unilateral e equivocada. “Ela foi tão bem recebida e aceita que, uma semana depois, quem veio ao Brasil foi a secretária de Estado estadunidense, Hillary Clinton. Uma personagem importante que não teve postura arrogante aqui”, justifica.
Para ele, isso indica que o Brasil já conquistou o reconhecimento dos Estados Unidos, o que não descarta uma política externa brasileira mais independente.

Sobre Cuba
Presidente do Idecri, Kjeld Jakobsen afirma que Dilma foi inequívoca na condenação ao bloqueio americano sobre Cuba. “Ao afirmar que 'quem tem telhado de vidro não joga pedra na casa dos outros', ela foi muito clara ao se referir especialmente ao governo americano, que mantém centenas de prisioneiros sem julgamento e sem condenação na base de Guantánamo”.
Estados Unidos e Brasil também divergem quando o assunto é a reintegração de Cuba à Cúpula das Américas, desejo compartilhado com vários outros países latino-americanos.


Olimpíada

Gênios da FísicaO Colégio Militar Poliva­lente Vasco dos Reis, no Setor Oeste, ganhou destaque na semana passada com a premiação de 19 alunos na Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP), edição 2011. As medalhas foram en­tre­gues no auditório do Ins­tituto de Física da UFG, no Campus Sa­mambaia. A competição é de­stinada aos alunos do último ano do Ensino Fun­da­mental e dos três anos do Ensino Médio e conta com o apoio do Mini­s-tério da Ci­ência, Tecno­logia e Inovação.


Por onde andou?

Em 2011, a presidente fez 17 viagens internacionais, visitando 15 países (Argentina, Portugal, China, Uruguai, Paraguai, Peru, Estados Unidos, Bélgica, Bulgária, Turquia, África do Sul, Moçambique, Angola, França, Venezuela. E retornou à Argentina e ao Uruguai).
Em 2012, até agora, foi a seis países: Cuba, Haiti, Alemanha, Índia, Estados Unidos e Colômbia.