Artes plásticas em debate

No período em que se comemora a 10ª Semana de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus do Ministério da Cultura, a arte contemporânea goiana ressalta a importância de Amaury Menezes para sua evolução. “Como não referenciá-lo justamente na semana do museu?”, indaga Divino Sobral, diretor do Museu de Arte Contemporânea de Goiás, que concebeu a série de discussões do Terreno Aberto – Seminário sobre História e Crítica de Arte em Goiás, que será realizada a partir de hoje no Centro Cultural Oscar Niemeyer.

O seminário é constituído por três encontros, que serão realizados ainda na quarta e sexta-feiras, sempre às 20 horas, no Auditório Lydia Rassi, no Centro Cultural Oscar Niemeyer. Na abertura, hoje, o professor Emílio Vieira, pesquisador e membro da Academia Goiana de Letras, faz uma abordagem sobre o expressionismo na obra do pintor Siron Franco e do escritor Bernardo Élis. Também participa da discussão Edna Goya, professora da Faculdade de Artes Visuais da UFG, que vai refletir sobre o papel da gravura como meio de comunicação no processo criativo de D.J. Oliveira.

Segundo Divino Sobral, Amaury Menezes é homenageado pela sua contribuição para o desenvolvimento dos museus de arte em Goiânia. “Em 1970, ele criou o Museu de Arte de Goiânia. Depois, em 1988, contribuiu para a fundação do Museu de Arte Contemporânea”, situa Sobral.

Além disse, segundo ele, a obra Da Caverna ao Museu, dicionário das artes plásticas de Goiás lançado por Amaury em 1998, pela extinta Fundação Cultural Pedro Ludovico, é uma obra recorrente para os pesquisadores da área. “O levantamento começa no dicionário do Amaury, depois cada um parte por caminhos próprios”, teoriza.

A ideia central de Sobral ao criar o seminário foi reforçar as bases das linguagens modernista e contemporânea em Goiás. “Estimular a pesquisa e a reflexão sobre a trajetória da arte goiana”, sentencia. Ainda segundo o diretor do MAC, esse é também o caminho para a valorização da arte local, pois será feito em um base analítica.

Para sedimentar o processo teórico do seminário, Sobral convocou sete pesquisadores, de diferentes gerações e de diversas linhas de pesquisa. Eles vão apresentar uma visão acadêmica sobre os aspectos da produção artística em Goiás. “O conjunto apresenta um panorama ampliado das diversas linguagens artística”, acredita.

Na quarta, o seminário discute a identidade e os processos de contaminações e rupturas na arte goiana, com a participação da documentarista Marcela Borela, do crítico de arte Aguinaldo Coelho (que vai falar sobre os salões da Caixego) e do artista plástico Juliano Moraes (que se deterá na produção das gerações de 1980 e 1990). No último encontro, na sexta-feira a pesquisadora Rosane Carvalho analisa a evolução da obra de Paulo Fogaça e o pesquisador Armando Coelho investiga a pintura de Carlos Sena.