Obras na UFG: outro olhar

No último dia 21 de maio, o jornal O POPULAR publicou reportagem sobre obras na Universidade Federal de Goiás que aborda questões interessantes para discussão. Gostaria, na qualidade de servidor da UFG e, também, como presidente do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da instituição em dois momentos (1986 a 1992 e de 2000 a 2003) de fazer algumas considerações sobre o tema.

 

Em primeiro lugar, seria interessante contextualizar essa questão. Sem dúvida que chama atenção o crescimento físico e acadêmico da instituição. Poderíamos dizer que é o fruto de um movimento iniciado com a retomada da luta para redemocratizar a gestão universitária. Mas essa bandeira esteve aliada a outras: o direito dos filhos dos trabalhadores de terem acesso à universidade pública e gratuita; o financiamento condizente com a missão da UFG, ou seja, produzir ensino de qualidade, bem como pesquisa e extensão para alavancar o desenvolvimento do Estado.

 

A maior expansão física da história da UFG ocorreu nas décadas de 70 e 80. Nesse período, acontece a construção do Campus 2 e, na sequência, a transferência de parte dos cursos da Praça Universitária para o atual Campus Samambaia. Ergueram-se, assim, dez novos prédios, entre os quais o Instituto de Ciências Biológicas, Cepae, Parque Editorial Gráfico e a Prefeitura do Campus. Sem dúvida, nos últimos 20 anos nenhuma reforma foi maior que essa. Mais recentemente, a UFG experimentou um novo salto qualitativo. Nos últimos cinco anos, foram ofertadas 10 mil novas vagas. O objetivo era atender à demanda dos jovens, sobretudo filhos e filhas de trabalhadores.

Voltando à parte física da universidade, deve-se levar em conta o seguinte: para atingir cerca de 60 obras em andamento foi necessário muito tempo. Se o gestor não tiver atento aos prazos e atuar com agilidade pode perder a verba pública. Por isso, é inviável realizar as obras aos poucos, como sugeriu umas das acadêmicas personagem da matéria. Isso poderia levar anos para se chegar aos avanços conquistados até agora.

Sublinhe-se que, felizmente, a política econômica atual possibilita a geração de empregos, distribuição de renda e oferta de crédito abundante. Foi o que possibilitou a aquisição de condução própria. Muito mais grave seria a carência de vagas para os alunos ingressarem na instituição.

É justo e oportuno exigir transporte de qualidade, confortável e no horário certo. E, também, iluminação adequada para garantir deslocamento seguro dentro do Campus 2. O momento é de unir as nossas forças e fazer como fazemos há décadas: lutar para que a nossa geração e a geração futura tenham direito a uma universidade pública, gratuita e de qualidade.

 

Honório Rocha é servidor da Universidade Federal de Goiás e ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos da UFG