Cine UFG exibe filmes de Alfred Hitchcock

Rute Guedes

31 de maio de 2012 (quinta-feira)

Começa hoje e prossegue até o fim de junho, no Cine UFG, a Mostra Alfred Hitchcock. Com sessões ao meio-dia e às 17 horas, a mostra, com curadoria de Lisandro Nogueira, abrange vários títulos famosos da filmografia do diretor inglês radicado nos Estados Unidos. A mostra tem apoio da Rádio Executiva FM, Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás e da Associação de Docentes da UFG.

Considerado o mestre do suspense, o cineasta reúne apelo popular e também prestígio junto à crítica, principalmente a partir dos anos 50 e 60. É o período em que a imprensa francesa especializada em cinema enxerga no diretor um gênio e divulga essa concepção para o mundo, pois o gênero de suspense, apesar de rentável, era visto com preconceito pelos críticos da época e até pelos próprios chefões da indústria de cinema dos EUA.

“Hitchcock é fundamental para compreendermos a mudança radical na função do espetáculo em meados do século 20. Se o cinema americano preconizava, já no seu início, a ativação da consciência moral do indivíduo como motor de uma pedagogia pelas imagens, os filmes de Hitchcock trazem um dado novo: ‘o crime por procuração’”, diz o curador da mostra.

Lisandro Nogueira lembra que as imagens criadas pelo cineasta, então chocantes no século passado, embora sofisticadas, significam para o espectador moderno o porto seguro para liberar suas fantasias “tortas” e “incorretas”. “O prazer em ver o requinte do crime e o sofrimento do outro ganham legitimidade simbólica excepcional”, diz o professor.

A mostra começa hoje, ao meio-dia, com um dos títulos mais emblemáticos da carreira do cineasta: Um Corpo que Cai, sobre um policial que desenvolve fobia de altura depois de quase morrer durante uma perseguição num telhado e assistir, apavorado, à queda fatal do homem que estava ao seu lado. Uma mulher misteriosa e muito parecida com uma antiga paixão completa a trama intrigante.

Na sessão das 17 horas, será exibido Psicose, um dos clássicos mais estudados e conhecidos da história do cinema. É também uma das obras mais populares do cineasta. Em cena, uma jovem envolvida com um homem casado resolve roubar uma pequena fortuna do escritório onde trabalha. Ao fugir com o dinheiro, ela viaja e no caminho para num isolado hotel de beira de estrada. Filmado em preto-e-branco, o longa-metragem tem uma das sequências mais citadas entre os cinéfilos do mundo todo: a famosa cena do chuveiro, que se tornou um exemplo da meticulosidade do mestre em provocar o horror, ao mesmo tempo com extrema violência e elegância.