Perfil conservador

O universo investigado da Pesquisa Ipsos Marplan/OJC, e que será constantemente atualizado, é imenso. Servirá de termômetro não só do comportamento do consumidor, mas também dos seus hábitos de lazer e culturais. Os números mostraram, por exemplo, que o perfil da população é mais tradicional quando o assunto é família. Entre todos os mercados pesquisados, foi em Goiânia que as pessoas mais afirmaram que um casamento não está completo quando não há filhos. Outro dado curioso é o hábito de frequentar bancas de jornais (43% contra a média de 35% do restante do País).

Para a pesquisadora Márcia Metran de Mello, mestre em Arquitetura e Urbanismo e doutora em Sociologia, não chega ser uma surpresa o fato de cada vez mais as pessoas estarem optando por ficar em casa na hora do lazer. Ela acredita que a violência urbana acabou matando o hábito dos primeiros moradores de passear pelas ruas de Goiânia. Márcia lembra que isso não é uma exclusividade da cidade, mas que nos últimos anos esse efeito tem sido mais sentido.

“Não há segurança, nem equipamentos públicos eficientes para o lazer contemplativo”, avalia. Isso acabou afastando a ideia original da época da construção da capital.

Para Márcia, que é professora da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG), os espaços de lazer que existem hoje são insuficientes e um agravante é o fato de a capital não estar inserida dentro do circuito das artes no País. “As grandes exposições, por exemplo, raramente passam por aqui, até porque não temos espaços adequados para recebê-las”, lamenta.