Greve atinge Hospital das Clínicas

Servidores técnico-administrativos iniciaram hoje a paralisação do hospital, para reivindicar aumento salarial e melhores condições de trabalho

Marcos Nunes Carreiro

Os trabalhadores técnico-administrativos iniciaram nesta segunda-feira (18/6) a paralisação do HC (Hospital das Clínicas) da UFG (Universidade Federal de Goiás). A categoria está em greve desde o último dia 13 aderindo à greve deflagrada dois dias antes pelos professores da universidade. As reivindicações são as mesmas: abertura para negociação salarial e melhores condições de trabalho.  O HC atenderá apenas os pacientes de urgência e emergência e uma equipe da unidade está encarregada de realizar essa triagem. Os serviços ambulatoriais, exames, consultas estão suspensos.

O comando de greve do Sint-Ifes-Go (Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás) está presente no local dando explicações sobre os motivos da greve, e pedindo o apoio e a compreensão dos pacientes. A diretora do sindicato, Fátima dos Reis, afirma que o hospital não está totalmente paralisado. “O hospital não é desativado de uma vez, mas por partes. Por exemplo, as pessoas que estão internadas continuarão internadas, até que tenham alta. E estamos fazendo a triagem na urgência e emergência. Sobre os demais serviços, vamos continuar encaminhando os pacientes para outros locais, como os postos de saúde”, relata.

Desde 1984 esta é a primeira vez que o HC é fechado para colaborar com a greve das universidades federais. Segundo Fátima, os trabalhadores não recebem reajuste salarial há três anos e essa negociação é para obter um possível aumento para o ano de 2013, pois caso contrário eles não podem receber esse reajuste. “Essa é uma paralisação que tem um objetivo. Nos últimos três anos foram 52 reuniões com o governo federal para resolver o assunto e até agora nada. Só este ano já foram 10 reuniões. E precisamos de uma posição do governo logo, pois o prazo final para o estabelecimento desse reajuste é 31 de agosto. Se até essa data, não tivermos um acordo aprovado pelo Congresso, nós não receberemos aumento algum no governo Dilma”, pontua.

Outra questão que os trabalhadores colocam em discussão é a superlotação da unidade, que não atende somente pacientes da capital e região, mas também de outros municípios e até de outros estados. Eles cobram melhorias no funcionamento do hospital e a construção de outras unidades de referência no estado para desafogar o atendimento do HC. “A população fica insatisfeita e com razão, mas temos consciência de que a culpa não é nossa. A culpa é do governo federal que não cria medidas para socorrer a saúde pública; do Estado que não constrói novas unidades de saúde; e dos municípios, que ao invés de investir em postos de saúde, preferem comprar ambulâncias, enchê-las e trazer todos os pacientes para serem atendidos em Goiânia. Não temos estrutura para isso”, declara Fátima.

Até o momento, cerca de 200 pessoas se encontram internadas no hospital. O sindicato afirmou que 30% do efetivo continuará atendendo. ainda está sendo verificando como será realizado o atendimento de pré-natal, pacientes de risco, entre outros casos. “Estamos fazendo de tudo para que a paralisação não cause mais problemas”, argumenta.

Fonte: Jornal Opção