UFG cruza os braços

Thaís Lobo

 

A greve das universidades federais chegou à UFG. Na última quarta-feira, 13, foi aprovado o indicativo de greve dos professores e as paralisações começam a partir desta segunda, 18. Já os servidores administrativos decidiram pela paralisação na terça, 12. 
As reivindicações, tanto dos professores quanto dos técnico-administrativos, é a mesma: reposição de 16% das perdas salariais acumuladas nos últimos três anos, equiparação dos salários com as carreiras de Ciência e Tecnologia e retirada imediata da alteração da medida provisória (MP) que prevê redução nos cálculos de insalubridade e periculosidade.
O movimento de paralisação dos professores e servidores tem início no fim do semestre letivo e, segundo o reitor Edward Madureira Brasil, todos os esforços serão feitos no sentido de fazer com que o prejuízo da paralisação seja o menor possível. “Essa é uma decisão de categoria e nós entendemos que a greve é um direito do trabalhador. O papel da reitoria agora é tentar uma intermediação com o governo para que as reivindicações sejam atendidas e para que tenhamos a solução para essa questão o mais rápido possível”, destaca ele. 
Madureira Brasil explica que a reposição de aulas deverá ser negociada com os sindicatos das duas categorias e que o vestibular, realizado em maio, não será influenciado pela paralisação. “Já estamos na fase final de correção de provas. Os resultados sairão em breve. A questão do cadastro e das matrículas será negociada com o comando de greve. O direito de quem prestou o vestibular está assegurado”, garante.

Assembleia polêmica
Com a adesão da UFG sobe para 51 (de um total de 59) o número de instituições federais de Ensino Superior em greve pelo país. Conforme a presidente do Sindicato dos Docentes da UFG, Rosana Ribeiro Borges, a demora da deflagração da greve em Goiás se deve à desorganização ocorrida na assembleia realizada no dia 6 de junho.
“A assembleia foi tomada por pessoas que não pertencem à entidade. A mesa diretora recebeu várias ameças e, antes de começar a assembleia, diversos atos de violência física e simbólica foram praticados por esses grupos e a mesa diretora entendeu que não tinha condições de garantir a integridade física das pessoas”, comenta ela. 
Apesar da saída da direção do sindicato da assembleia, a reunião prosseguiu e os professores presentes votaram a favor da greve. Desde então, a paralisação está ocorrendo em algumas unidades, mas não é reconhecida pela Adufg. 
Nos três dias letivos seguintes à assembleia foram realizadas paralisações e manifestações em algumas unidades da UFG. Mas, segundo o reitor da instituição, muitas unidades trabalham normalmente. 
Para resolver o impasse, a direção da Adufg decidiu realizar um plebiscito eletrônico na quarta,13. Na votação, participaram 854 docentes sindicalizados, sendo que 486 optaram pela greve, 343 votaram contra, 13 em branco e 12 anularam o voto. Nova assembleia será realizada na próxima quinta, 21.

Fonte: Tribuna do Planalto