Peritos não vão atender durante 12 horas

Patrícia Drummond
19 de julho de 2012 (quinta-feira)

Médicos legistas e peritos criminais paralisam, do meio-dia à meia-noite de hoje, todo atendimento à população. As categorias estão em greve desde a semana passada, mas mantiveram 30% do atendimento, conforme exigência prevista em lei.

O presidente do Sindicato dos Peritos Criminais e Médicos Legistas de Goiás (Sindperícias-GO), Antônio Carlos de Macedo Chave afirma que nenhum serviço será realizado. A ideia é chamar a atenção do governo para as reivindicações por melhores salários.

Além dos 160 peritos criminais e 90 médicos legistas em greve no Estado, mais de 3 mil policiais civis, agentes e escrivães também mantêm paralisadas suas atividades há cerca de uma semana.

“Somos uma categoria que não tem como parar geral, porque obedecemos a preceitos constitucionais, mas essa foi uma forma de mobilização que encontramos, que foi deliberada e aprovada em assembleia. Na quinta-feira (hoje), paralisaremos em 100% as nossas atividades”, destacou o presidente do Sindperícias.

Os médicos legistas e peritos criminais goianos querem sair da 23ª posição em que se encontram, em termos de salário, em comparação com os colegas profissionais de outros Estados. De acordo com o presidente do Sindiperícias, aqui, a média salarial, em início de carreira, é de R$ 4 mil, enquanto que, em outras unidades da federação, chega a R$ 9 mil. A proposta encaminhada pelo Governo, oferecendo um bônus que varia de 5% a 20% foi rejeitada “porque não corresponde aos anseios da categoria”.

UNIVERSIDADE

Professores e servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Goiás (UFG) são outra categoria em greve, só que há mais tempo: um mês. Já entre os médicos anestesiologistas, a paralisação de atividades em casos de cirurgias eletivas, na rede pública de saúde, chega, hoje, a dois meses e 12 dias.

Para os universitários que estudam na UFG, o prejuízo é no calendário escolar, que deverá adiar uma boa parte de formaturas. Segundo informações do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg), a greve já atinge mais de 20 mil alunos em todo o Estado. No campus de Catalão, primeiro a aderir ao movimento – que é nacional -, 98% dos servidores estão parados há dois meses. Em Goiânia - onde a greve começou em 18 de junho -, 80% dos professores aderiram à paralisação; na Cidade de Goiás, 98%; e, em Jataí, 60%. No último dia 12, também aderiu ao movimento o câmpus de Luziânia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG).

A Assessoria de Comunicação do IFG informa que 700 alunos são matriculados na instituição, em Luziânia, e a greve, por enquanto, é parcial: apenas dos docentes paralisaram. A categoria briga, em nível nacional, por reajuste emergencial de 22,08%, além da destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública e a reestruturação da carreira docente e do Plano de Carreira e Cargos dos Técnico-Administrativos em Educação.

No Brasil, a greve de professores das universidades e institutos federais completou ontem dois meses, com a maior adesão já registrada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).

Até a última segunda-feira, 16 de julho, conforme a entidade, 57 das 59 universidades estavam paradas, além dos 37 institutos e centros de educação tecnológica. Em sites de notícias, a Assessoria de Comunicação do Ministério da Educação (MEC) informou que fez uma proposta de reajuste salarial de 45% para alguns profissionais e também prometeu apresentar novas mudanças no plano de carreira.

Entretanto, a categoria não aceitou e, por isso, foi marcada nova reunião com a categoria para a próxima segunda-feira, dia 23.

Fonte: O Popular