Lula parabeniza primeira turma de Direito composta por camponeses assentados

Cinquenta e seis estudantes se graduaram na Universidade Federal de Goiás, com ajuda do governo federal

São Paulo – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta parabenizando à primeira turma de Direitocomposta por assentados pela reforma agrária. Cinquenta e seis camponeses de quatro movimentos sem-terracompõem o grupo, que se formou no sábado passado (12) pela Universidade Federal de Goiás (UFG). “Essa cerimônia é um dos símbolos de um País que oferece oportunidades para todos”, diz Lula na carta, divulgada ontem pelo site do MST.

A turma, batizada de Evandro Lins e Silva, é composta exclusivamente por estudantes sem-terra. Ela foi resultado de uma luta histórica dos movimentos sociais camponeses pelo acesso à educação e de uma parceria entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e os movimentos, a Via Campesina, MST, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás (FETAEG). O grupo era, inicialmente, formado por 60 alunos. Dos que se graduaram, 12 já passaram no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

“É o começo de um futuro ainda melhor para quem tem origem em uma família de trabalhadores. E eu fico ainda mais contente ao ver uma universidade pública dando esta possibilidade”, comentou o presidentena carta. As despesas na UFG foram bancadas pelo Incra, com o um custo de R$ 200 mil por ano.

O curso teve o mesmo currículo do ensino regular de Direito, mas teve com maior frequência a discussão de temascomo a violência no campo, transgênicos e trabalho escravo. Os formados deverão trabalhar para os movimentos sociais dos quais fazem parte, já que um compromisso de cinco anos com seus assentamentos foi previsto no edital do vestibular.

O Ministério Público Federal de Goiás entrou com uma ação contra o curso no mês passado, procurando fechá-lo, mas a peça foi rejeitada pelo Tribunal Regional Federal.

Em sua carta, Lula apontou como a formação dos alunos poderá contribuir para transformação do Brasil em um lugar de oportunidades e de justiça social. “O diploma que vocês recebem hoje é parte da construção de um Brasil mais justo e solidário”, afirma ele.

Fonte: Rede Brasil Atual