Dificuldades aumentam nos anos finais

A análise do Ideb mostra diferença entre os anos iniciais e os finais do ensino fundamental. Em relação à nota obtida no Ideb 2011 com a sua meta, 593 escolas, nos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano), superaram ou igualaram a nota esperada, ou seja, 46,40% das unidades. Por outro lado, quanto aos anos iniciais, a meta foi atingida por 927 (54,87%) escolas.

Professor de políticas educacionais da Faculdade de Educação da Universidade federal de Goiás (UFG), João Ferreira de Oliveira atesta que as mudanças em relação ao professor e à organização das escolas são as justificativas para o melhor desempenho nos primeiros anos do ensino fundamental. João Ferreira salienta que do 1º ao 5º ano, assim como na educação básica, os alunos convivem com um só professor por ano. Durante todo o turno, o educador conhece cada estudante e ensina todas as matérias.

Tanto a Secretária Estadual de Educação quanto o Conselho Estadual de Educação não têm ao certo a explicação para esta diferença entre os alunos mais velhos do ensino fundamental e os mais novos. O Conselho realiza um debate sobre o Ideb, na tentativa de esmiuçá-lo e buscar soluções. Para tal, espera apresentar ao secretário Thiago Peixoto, no dia 14 de setembro, este estudo completo com as diretrizes avaliadas. Antes disso, a ideia do presidente do conselho, José Geraldo de Santana Oliveira, é que as escolas são mais estruturadas na primeira fase, com mais possibilidades para os alunos, que se comprometem mais.

A comprovação disto seria o índice de evasão dos alunos neste período do ensino. Normalmente, os estudantes desta segunda fase possuem entre 11 e 15 anos e se iniciam na procura por outras atividades ou anseios, deixando a escola – já pouco atrativa, devido também à falta de estrutura. Este problema culmina no resultado ainda pior do ensino médio. “As escolas do ensino médio não seguem aquilo que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) preconiza, que é o aprendizado do aluno. Nesta fase, só se pensa na aprovação do vestibular e não traz resultados para os estudantes”, avalia José Geraldo.

A ideia do secretário Thiago Peixoto é que o Ideb seja um diagnóstico das escolas e que possa ser avançado ao nível dos alunos. A intenção é que o aluno seja comparado com ele mesmo, independente de série ou escola. Peixoto espera divulgar o Índice de Desenvolvimento da Educação de Goiás (Idego) em até 10 dias. O índice foi calculado com base na Prova Goiás, que todos os alunos da rede estadual fizeram. “O diagnóstico é fundamental. Estamos quebrando esses dados, comparando regiões, programas pedagógicos, estruturas.”

A expectativa é que esta análise possa gerar fundamentos para esclarecer temas como a queda dos índices nos anos finais do ensino fundamental ou mesmo a razão para que algumas escolas estejam sempre abaixo do preconizado. (V.A.)

Fonte: O popular