Incubadoras de empresas

Edward Madureira30 de outubro de 2012 (terça-feira)

A incubação de empresas tem entre seus objetivos o estímulo ao empreendedorismo, a promoção do desenvolvimento econômico e tecnológico local e regional, da inovação, além de propiciar a transferência de tecnologia, a geração de empregos e a diversificação da economia. O estímulo ao desenvolvimento empresarial proporcionado por uma incubadora baseia-se na sociedade do conhecimento. Geralmente as incubadoras estão localizadas em uma Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT), ou no mínimo estão vinculadas a uma ICT.

A maioria das incubadoras brasileiras são de base tecnológica e trabalham com produtos e serviços cujo diferencial é a inovação. Esta inclui a agregação de valores e a oferta de produtos e serviços de qualidade, com vantagens competitivas e capazes de assegurar às empresas maior tempo de atuação no mercado e, consequentemente, melhores condições de sobrevivência. Por essa razão, a incubadora tem como meta amparar os empreendimentos em seus primeiros anos de atuação, criando condições para que a empresa possa não só sobreviver, mas disputar mercados mais promissores.

As incubadoras também são um mecanismo importante para incrementar a relação entre ICTs e empresas que historicamente estiveram afastadas em consequência do distanciamento entre as políticas científica e industrial de décadas passadas.

Iniciado em meados da década de 1980, o movimento de incubadoras de empresas no Brasil passou por um crescimento lento nos primeiros dez anos. Atualmente os números são bem mais expressivos. Segundo dados de estudo realizado este ano pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), em conjunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), estão em atividade no País 384 incubadoras que abrigam 2.640 empresas incubadas, 2.509 empresas graduadas e 1.124 empresas associadas, o que representa 16.934 postos de trabalho criados nas empresas incubadas e associadas, e 29.905, nas graduadas.

As empresas incubadas faturam anualmente em torno de R$ 533 milhões, ao passo que, nas graduadas, o faturamento atinge R$ 4,1 bilhões por ano. A análise desses números não deve desconsiderar sua influência sobre o desenvolvimento das cidades e regiões que abrigam tais empreendimentos, por modificarem a realidade socioeconômica regional e nacional.

O movimento de incubação de empresas no Estado é recente, contando atualmente com oito incubadoras em operação: duas em Goiânia, duas em Anápolis, uma em Aparecida, uma em Catalão, uma em Rio Verde e uma em Goianésia. Com exceção das incubadoras da Universidade Federal de Goiás em Goiânia e da Incubadora da Prefeitura de Goianésia, as demais iniciaram suas atividades nos dois últimos anos. Na UFG, o Programa de Incubação de Empresas (Proine) entrou em operação em 2005. Por tendência do mercado, passou a atuar preferencialmente nas áreas tecnológicas. Em 2008, o processo de graduação das empresas foi iniciado. Foram duas neste ano, duas em 2009, três em 2010, e três em 2011, totalizando dez graduadas, com taxa de mortalidade zero. Atualmente são 20 empresas ligadas ao Proine.

Outro projeto em andamento na UFG é a implantação de um parque tecnológico. Contribuem para tais projetos a elevada produção científica da instituição e a preocupação em promover a transferência de tecnologias originadas de pesquisas, o que possibilita às empresas criar produtos e serviços inovadores.

A incorporação do termo inovação nas universidades deve ser considerada tendo em vista certos aspectos bastante atuais da formulação de políticas públicas de ciência e de tecnologia, como a interação com a sociedade para atender demandas mercadológicas, a aproximação com as empresas responsáveis pela inovação, e o envolvimento com o governo, a quem cabe a responsabilidade de formular tais políticas públicas e de atuar como regulador e facilitador dos processos com as agências de fomento. Entende-se que a UFG presta um grande serviço à comunidade goiana, ao atuar diretamente no desenvolvimento tecnológico da região.

 

Edward Madureira Brasil é reitor da UFG

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