Para todos os públicos

Com tempo e disposição, é possível aproveitar bem o que os museus de Goiânia têm a oferecer

Rodrigo Alves 20 de janeiro de 2013 (domingo)

 

Os museus goianienses oferecem acervos satisfatórios e em locais de fácil acesso. O eixo que reúne a maior parte dos nove museus da cidade visitados pelo POPULAR na última semana está na região central. Eles ficam entre o Setor Oeste, passando pelo Centro e pelo Setor Universitário. Outros bairros como Bueno, Campinas, Jardim Goiás e Parque Atheneu também estão no roteiro. E o que é melhor, a maioria tem entrada gratuita ou cobra um ingresso simbólico. O valor mais alto está no Memorial do Cerrado, que cobra R$ 12 reais, a inteira (veja detalhes no quadro).

Único museu público que não enfrenta sérias questões administrativas, o Museu Antropológico da UFG é um bom exemplo de gestão. Situado na Praça Universitária, ele é mantido pelas áreas da antropologia e museologia da universidade. Seu maior trunfo é apresentar ludicamente artefatos reunidos em incursões empreendidas por pesquisadores da instituição, com visão contextualizada da ciência que estuda a história do comportamento humano. “Não temos intenção de datar fatos, mas sim de ajudar o visitante a entender os diversos contextos que construíram a identidade goiana”, explica a diretora do museu, a antropóloga Nei Clara de Lima.

No Zoroastro Artiaga, primeiro museu da capital, fundado em 1946, a mostra de longa duração Histórias de Goiás, em cartaz desde 2003, faz uma ampla viagem pela história da Terra e formação geopolítica de Goiás. Junto a ela, outra exposição, de curta duração, também ocupa o espaço, exibindo aquarelas da artista plástica Evandra Rocha. O museu possui mais de 4 mil peças e é um dos espaços estaduais com maior acervo e que mais recebe visitantes atualmente.

Acervo

Um dos raros museus goianienses que renova exposições com frequência, o Museu de Arte de Goiânia (MAG) tem acervo tombado de cerca de mil volumes, sem contar obras que aguardam catalogação. Atualmente apresenta, na mostra Paisagens, uma oportunidade ao espectador de apreciar obras de nomes de seu quadro permanente como Amaury Menezes, Octo Marques, Quintino Cunha, Tai e Sanatan. O museu dá espaço ainda ao artista André Miranda, que abriu a exposição Xilogravuras por meio de edital. Assim como Miranda, a cada novo mês um artista ou um grupo deles expõem seus trabalhos. Em fevereiro, por exemplo, já está agendada exposição coletiva de artistas.

No Museu da Imagem e do Som (MIS), estão disponíveis os acervos fotográfico (120 mil registros), videográfico (15 mil volumes) e fonográfico (40 mil volumes). Eles não ficam em exposição, mas estão sempre à disposição para consulta. No Museu Pedro Ludovico, ali perto, a melhor pedida é conhecer um pouco da história da família de pioneiros que fundaram Goiânia, com visita guiada por um dos descendentes de Pedro Ludovico e Gercina Borges.

Completando a lista de espaços públicos está o Museu de Arte Contemporânea (MAC), no Centro Cultural Oscar Niemeyer, que neste momento traz recortes de trabalhos de goianos como Amaury Menezes, D. J. Oliveira e Cleber Gouvêa.

Na lista de espaços particulares, está o famoso Museu Memorial do Cerrado, no Câmpus 2 da PUC, mantido pela fundação Aroeira. Ele remonta cenários naturais e humanos e faz referência à fauna e à flora do maior bioma brasileiro. Juntando-se ao grupo, há o Instituto Hidasi – Museu de Ornitologia, mantido bravamente e sem o antigo aporte municipal pelo renomado taxidermista José Hidasi.

Aos 87 anos, o professor faz questão de acompanhar visitantes entre as mais de 120 mil aves e animais empalhados por ele. No Centro Cultural Jesco Puttkamer, mantido pela PUC, a atual exposição mostra parte do acervo etnológico iniciado pelo patrono do espaço. A mostra apresenta tecnologias primitivas que fizeram do homem o animal mais desenvolvido da Terra.

 

Museu Antropológico da UFG

Onde fica: Avenida Universitária, nº 1.166, Setor Universitário

Quando funciona: Terça
a sexta-feira, das 9 às 17h. Até 21/2, excepcionalmente também recebe visitas agendadas das 19h30 às 21h,
às quintas-feiras.

Acervo: Antropologia e etnografia, arqueologia, história, imagem e som

Ingresso: entrada franca


NÃO DEIXE DE VER

...a bela canoa carajá da exposição de longa duração Lavras e Louvores, acompanhada de um efeito expográfico encantador. Em breve o artefato deve ser retirado para restauro. Em cartaz desde 2006, a mostra é muito elogiada pela contextualização minuciosa da formação da identidade goiana.


VOCÊ SABIA?

… que o museu foi criado em 1969 por professores que sentiam a falta de um local para preservar material colhido de culturas indígenas, resultado de pesquisa no Parque do Xingu?

Informações: 3209-6010 e 3209-6011

Fonte: O Popular