Efeito na produção é descartado

O descumprimento das questões ambientais pelos frigoríficos, de fato, não afeta diretamente a qualidade da produção. O professor da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Cristiano Prado, explica que, se as questões operacionais estão sendo seguidas, a produção, teoricamente, estaria dentro do padrão de qualidade.

Isto significa que, em tese, a carne produzida e consumida no Estado estaria salva, mesmo com o descumprimento das questões de meio ambiente. “Se o ambiente onde se manipula o alimento segue as normas operacionais, a produção tecnicamente segue os padrões”, diz o professor.

Cristiano Prado afirma que a situação seria diferente se as vísceras, chifres, sangue, entre outros dejetos, estivessem em contato direto com a linha de produção. “Nesse caso, a qualidade da produção estaria sob suspeita. Mas me parece que não é isso que ocorre”, comentou, a partir de um pedido do POPULAR.

O professor alerta que o descumprimento das regras ambientais por frigoríficos, porém, traz riscos graves para os locais onde os dejetos foram depositados, podendo causar mau cheiro e atrair urubus. “A comunidade em volta sofre com isto.”

A bióloga Mariana Ferreira, porém, diz que, apesar de não ter visitado os locais citados e não ter realizado testes e exames de eficiência, a ação de bactérias na decomposição dos dejetos de animais é um perigo para qualquer atividade produtiva de matéria orgânica, como carnes e rações.

“Não dá para afirmar nada, mas o manejo incorreto de dejetos é sempre um perigo para qualquer indústria. As bactérias de decomposição se proliferam muito rápido. A degradação pode servir de matriz para a perpetuação e transmissão de doenças e para a contaminação alimentar”, diz Mariana.

Fonte: O Popular