Belém é palco de congresso internacional sobre Inclusão Social

Encontro reúne pesquisadores e estudiosos da União Europeia.
Promovido pelo IBE, evento segue até esta sexta-feira, 8.

Os paradoxos da inclusão social no atual cenário amazônico é o ponto de partida do II Congresso Anual do Instituto de Estudos Brasil Europa (IBE), que começa nesta quarta-feira (6), em Belém, e segue até a sexta-feira (8).

Com o tema “Avançando na inclusão”, o encontro internacional será realizado no centro de eventos Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e vai reunir pesquisadores e estudiosos para discutir os desafios da promoção de igualdade para todos.

O evento será hospedado e coordenado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), dentro de uma rede de cooperação que inclui mais sete universidades parceiras brasileiras - UFG, UFMG, UFPI, UFSC, UNESP, UNICAMP e USP - além de Associadas Europeias, que durante o encontro terão a oportunidade de contribuir com propostas para minimizar a exclusão, resgatando o compromisso de intercâmbio de conhecimento.

A proposta é avaliar modelos que favoreçam o aumento global da inclusão, levando em consideração a preservação do ecossistema da Amazônia e a participação da população local neste processo.

“A ideia é lançar um olhar crítico sobre as perspectivas econômicas, sociais e também culturais - na Amazônia e no mundo - a fim de entender porque o sonho da inclusão ainda parece tão distante. Queremos propor uma reflexão sobre como a nossa sociedade vem criando novos grupos de excluídos, enquanto continua na busca pelo sonho de igualdade para todos”, explica o Flávio Nassar, pró-reitor de Relações Internacionais da UFPA e coordenador do Congresso.

Programação
Durante os três dias de debate, a programação será composta por mesas de discussões. A primeira mesa será sobre "Perspectivas de Inclusão", abordando diferentes cenários que se colocam no ambiente da crise mundial. Em seguida, haverá a mesa "Exclusão e Acesso à Informação", e vai tratar da "Era das Redes Sociais" e da banalização do uso da internet frente aos muitos segmentos da sociedade que permanecem sem acesso a essa tecnologia e, por consequência, excluídos do direito à informação. O objetivo é avaliar a importância de políticas públicas que favoreçam a inclusão digital, além de discutir o direito de propriedade intelectual na rede e de softwares livres.

A mesa 3 será sobre o tema "Exclusão/Inclusão Econômica"-, que vai falar sobre os resultados das políticas de distribuição de renda do governo brasileiro na última década através do aumento real do salário mínimo, do programa Fome Zero e dos diversos programas de bolsas e benefícios sociais. Vai citar ainda experiências de desenvolvimento regional como formas de inclusão econômica e também social. Na mesa 4 será abordada a Exclusão/Inclusão Social, analisando os vários aspectos da exclusão social - étnica, etária, cultural - e buscando entender os fatores geradores destes processos.

Um dos pontos altos do encontro será a mesa redonda intitulada “O mundo fala da Amazônia e a Amazônia fala de nós”, que pretende ser uma contribuição para que os problemas enfrentados pela região sejam encarados sob novas perspectivas. A intenção é revelar um olhar que vai além da Amazônia como floresta exótica e palco de conflitos fundiários violentos.

Este painel será complementado por uma exposição fotográfica com cinquenta imagens que retratam a Amazônia contemporânea, capturadas pelas lentes de jovens fotógrafos paraenses. A mostra tem curadoria do antropólogo e professor da UFPA, Hilton Silva, e do fotógrafo Miguel Chikaoka. Em contraponto aos retratos da Amazônia de hoje, também fará parte da exposição uma obra original de 1868, do pintor e desenhista italiano Giuseppe Leone Righini. Na pintura a óleo sobre tela, o artista registrou Belém com maestria, vista da Baía do Guajará, com combinações singulares de pontos de luz e sombra. A obra pertence ao acervo da Universidade Federal do Pará.

Fonte: G1