“Ninguém nasce globalizado”

“A nação é algo muito grande e as peculiaridades de nossa região são algo muito mais palpável e é nela que a gente cria a identidade de primeira ordem. Por isso digo que o nacional em um país do tamanho do Brasil passa primeiro pelo regional.” A afirmação é do professor Ruben George Oliven, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), que ministra amanhã, às 9 horas, no Auditório Lauro Vasconcelos, da Faculdade de História da UFG, no Câmpus 2, a palestra Identidade e Região. O evento é uma promoção conjunta do POPULAR e da Faculdade de História da UFG como parte das comemorações dos 75 anos do jornal, a serem completados amanhã, e abertura do ano letivo.Ao final da conferência, a editora-chefe do POPULAR, Cileide Alves, vai mostrar a pesquisa qualitativa Por Que a Gente é Assim, que será publicada em caderno especial também nesta quarta-feira. O levantamento, feito pelo Observatório Pesquisa de Comportamento, teve como objetivo investigar como o goiano se percebe. Professor titular de Antropologia da UFRS, Ruben George Oliven é doutor pela Universidade de Londres e lecionou em várias universidades estrangeiras, entre elas a própria Universidade de Londres, além das universidades de Paris, de Leiden (Holanda) e da Califórnia. Ex-presidente da Associação Brasileira de Antropologia e da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, Oliven também foi membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e atualmente é membro titular da Academia Brasileira de Ciências.Com a propriedade de quem estuda identidades regionais há décadas, em conversa por telefone com a reportagem do POPULAR, de Porto Alegre, o professor antecipou alguns dos temas que deve abordar amanhã em sua conferência. Ele traçou um panorama do desenvolvimento e da solidificação do conceito de nação no Brasil e de como as identidades regionais foram – e continuam sendo – fundamentais nesse processo. Além disso, como observador externo, o professor ainda deu suas impressões sobre a identidade goiana. A seguir, os principais trechos da conversa.

Fonte: O Popular