Literatura

Editora da UFG lança hoje uma dezena de livros escritos por seus professores, obras que abordam várias áreas de estudo

Coletânea que será lançada hoje pela Editora da UFG: resultado de estudos desenvolvidos por professores da Universidade

Dez títulos de autoria de professores da Universidade Federal de Goiás (UFG) serão lançados hoje, às 19 horas, na sala multiuso da Biblioteca do Câmpus 1 da instituição, na Praça Universitária. Os livros foram publicados dentro do programa de parceria entre a Editora da UFG e a Fundação de Apoio à Pesquisa da universidade, entidade criada há 30 anos para divulgar o resultado de estudos de docentes da UFG e levar ao público o conhecimento produzido em suas pesquisas.

As áreas que esta coleção abarca são variadas, indo da política à pedagogia, da história à cibercultura, da sociologia à geografia. Os trabalhos foram selecionados por intermédio de um edital lançado pela Funape em 2011, em que concorreram trabalhos realizados apenas por professores efetivos.

Um dos livros chama-se Imprensa e Voto nas Eleições Presidenciais Brasileiras de 2002 e 2006, de Pedro Santos Mundim, e analisa a influência que a mídia exerceu ou deixou de exercer nos pleitos eleitorais em que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva acabou eleito. Para isso, o autor elaborou um modelo em que mensurou o efeito da cobertura da eleição realizada por quatro grandes jornais de âmbito nacional – Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo e Jornal do Brasil –, chegando à conclusão de que as intenções de voto do eleitorado, em geral, mudavam de acordo com fatos noticiados sobre os principais candidatos à Presidência. Para isso, o autor analisou também o papel dos candidatos derrotados e até aqueles que foram cogitados para entrar na corrida eleitoral.

Outra obra interessante da coleção é assinada pela professoras Flávia Martins dos Santos e Suely Henrique de Aquino Gomes, que abordaram uma questão perturbadora e cada vez mais presente em nossa era de expansão tecnológica: o destino do corpo no momento em que o ciberespaço coloca nossos conceitos a respeito em xeque. Há cada vez mais experiências em que o mundo virtual interfere no corpo real.

Já o livro de Sandra Valéria Limonta, chamado Formação de Professores no Curso de Pedagogia, debate as políticas educacionais para o ensino superior quando confrontadas com mudanças substanciais na organização do trabalho ocorridas nos últimos anos. Uma discussão que tem reflexos na própria elaboração dos currículos do curso de Pedagogia.

Mulatos

A obra do professor Raimundo Agnelo Soares Pessoa, por sua vez, intitulada Gente Sem Sorte: A Invenção dos Mulatos no Brasil Colonial, busca respostas numa pesquisa histórica de documentos antigos a origem das menções caluniosas dirigidas aos mulatos desde tempos remotos no Brasil, o que baseou, em grande medida, a sedimentação de preconceitos e estereótipos. Também recorrendo ao passado, Tadeu Alencar Arrais, no livro A Produção do Território Goiano: Economia, Urbanização, Metropolização, fala das transformações de nossa paisagem regional, mudanças que explicam a forma como muitos aspectos da sociedade se organizam hoje em dia.

Num plano mais simbólico, Alice Fátima Martins, com o livro Catadores de Sucata da Indústria Cultural, tece uma crítica contundente aos excessos da produção cultural em massa, tomando para isso uma análise de narrativas cinematográficas. Já a obra A Universidade Brasileira: Instituição Formadora e Organização Administrada, de Anegleyce Teodoro Rodrigues, discute as reformas acadêmicas realizadas na UFG, com especial destaque para as conduzidas em 1983 e 2002, dissertando sobre as mudanças que trouxeram.

A professora Ana Cristina da Silva, por seu turno, explora as possibilidades do pensamento geográfico brasileiro contemporâneo e a ultrapassagem da fronteira entre geografia e história no livro Território e Significações Imaginárias no Pensamento Geográfico Brasileiro.

Epopeia em Dias de Prazer: Uma História do Lazer na Natureza (1779-1838), de Cleber Dias, dá uma visão bastante original da história do lazer, algo que poderia parecer a muitos de menor importância, mas que tem grande impacto no comportamento das pessoas. O uso do tempo livre no final do século 18, quando a elite nacional encontrou novas maneiras de se divertir, sobretudo no campo ou em parques, foi definidor na interpretação do próprio papel do lazer.

Por fim, na área da engenharia civil, o professor Daniel de Lima Araújo, com o livro Projeto de Ponte em Concreto Armado com Duas Longarinas, debate questões técnicas deste campo, demonstrando quais são os cálculos necessários para a construção deste tipo de obra.

Lançamento: Coleção UFG/Funape

Data: Hoje, às 19 horas

Local: Auditório Multiuso da Biblioteca do Câmpus I (Praça Universitária, Setor Universitário)

Os livros

■ Imprensa e Voto nas Eleições Presidenciais Brasileiras de 2002 a 2006, de Pedro Santos Mundim

■ Epopeia em Dias de Prazer: Uma História do Lazer na Natureza (1779-1838), de Cleber Dias

■ Catadores de Sucata na Indústria Cultural, de Alice Fátima Martins

■ Gente Sem Sorte: A Invenção dos Mulatos no Brasil Colonial, de Raimundo Agnelo Soares Pessoa

■ Formação de Professores no Curso de Pedagogia: Possibilidades Curriculares, de Sandra Valéria Limonta

■ A Universidade Brasileira: Instituição Formadora e Organização Administrada, de Anegleyce Teodoro Rodrigues

■ Do Segundo Corpo: Investimentos na Imaterialidade, de Flávia Martins dos Santos e Suely Henrique de Aquino Gomes

■ Projeto de Ponte em Concreto Armado com Duas Longarinas, de Daniel de Lima Araújo

■ A Produção do Território Goiano: Economia, Urbanização, Metropolização, de Tadeu Alencar Arrais

■ Território e Significações Imaginárias no Pensamento Geográfico Brasileiro, de Ana Cristina da Silva