Estado perde eficiência com comissionado

Professora de administração pública da Universidade Federal de Goiás (UFG), Estela Najberg defende que o número excessivo de comissionados nas administrações públicas impede que as gestões ganhem eficiência. “As pessoas que têm cargos efetivos hoje ficam estagnadas dentro da máquina enquanto os comissionados são hoje os melhores remunerados. O problema é que eles saem com o gestor (mandatário) e não contribuem com o conhecimento. Não fica nada com o Estado”, diz.

A administradora aponta que, diante do contexto atual, a solução seria uma redistribuição de atribuições para o melhor aproveitamento dos servidores efetivos, que viria acompanhada de melhorias nos planos de carreira. “A melhor solução não é fazer concursos públicos e sim capacitar, motivar os servidores que já estão na administração. Alguns órgãos estão inchados e outros têm carência de pessoal. O gestor deve ficar atento a isso”, afirma. “É preciso que servidores e gestores se voltem mais para a própria justificativa da existência do serviço público. O servidor esquece que ele está ali para atender à sociedade”, complementa.

Andando ao lado do excesso de ministérios no governo federal ou secretarias na gestão estadual e nas prefeituras, a situação se repete nos outros Estados (leia nesta página).

Presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon) em Goiás, Álen Rodrigues concorda e diz que a questão é resolvida com planejamento, baseado nos princípios da eficiência e economicidade. “Os gastos precisam ser feitos da melhor forma possível, mas o que vemos hoje é uma gastança desgovernada. As gestões públicas estão muito aquém do que poderia ser feito quando falamos de planejamento. Se gasta sem controle, sem zelo”, diz.

De acordo com o economista, o inchaço da máquina pública “faz com que recursos sejam retirados de áreas de interesse para que seja feito o pagamento das folhas de pessoal”. “Esses gastos com funcionalismo precisam ser vigiados”, finaliza.

Fonte: O Popular