Palavra arte

O público apreciador de arte tem encontro marcado para mais uma exposição promovida pela Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás (UFG). Chamada de Linguagem Codificada, a mostra coletiva tem como linha mestra a palavra escrita no processo de criação, sobretudo na interação dela com as novas tecnologias. A obras estarão em visitação a partir das 10h de hoje até 3 de outubro, na galeria instalada no Câmpus 2 da UFG. A entrada é franca.

“Se uma imagem vale mais que mil palavras, qual seria o rendimento de uma palavra em imagens? E uma vez imagem, perde-se algo ao voltar a ser palavra?” A partir desse jogo de palavras, Chico Amaral delineia um projeto de exposição que apresenta o ir e vir da palavra escrita no processo de criação de quatro artistas.

São micro-contos que se escondem em códigos QR, que acionam celulares; nos trabalhos de Angélica Padovani; nas mensagens cifradas em ícones, como nos passatempos infantis, proposta do próprio Chico Amaral, e também nas composições que se constroem a partir de letras que se desfazem e de desenhos que parecem caligrafias, como nos trabalhos de Ralph Gehre e Daniel Burigo.

Entre a apropriação da tecnologia digital e o uso da pena e do nanquim, as propostas visuais provocam diferentes metamorfoses da linguagem verbal. Cada um, à sua maneira, desloca o nosso entendimento das coisas ao suspender a lógica dos códigos.

Artistas

Ela participou do panorama artístico de Brasília de 1990 a 1995, quando assinava seus trabalhos como Angélica Franca. Em 2001 se mudou para Barcelona, para uma temporada de um ano e oito meses e já está há 10 anos. De Franca, passou a Padovani e desde 2001 desenvolve um trabalho intitulado Ausência: ela nunca será a mesma em que faz, em espaços de tempo aleatórios, autorretratos em máquinas automáticas das estações de metrô.

Também de Brasília, Daniel Burigo é graduado em Pintura pela Universidade de Brasília. Vive e trabalha na capital depois de viver onze anos em Londres. Trabalha com desenho e pintura de uma forma automática e espontânea, desde a escolha do tema à execução. Partindo, na maioria das vezes de observações cotidianas ou escolhas puramente estéticas, dá continuidade ao trabalho aleatoreamente, permitindo as linhas e formas seguirem caminhos não planejados.

Nascido no Mato Grosso do Sul, em 1952, Raph Gehre chegou a Brasília no início de 1962, iniciando sua carreira de artista plástico em 1980, com individual na Galeria B da Fundação Cultural do Distrito Federal. Tem por formação os cursos de Desenho e Plástica, Arquitetura e Urbanismo, ambos cursados na UnB, no período entre 1972 e 1980. Utiliza diversas mídias gráficas, além da pintura e da fotografia, mas considera o desenho base de trabalho, tratando de questões relativas à construção do processo de leitura, situando sua pesquisa na relação entre a imagem e a palavra.

Chico Amaral se graduou como bacharel em Pintura em 1995 pela Universidade de Brasília, mas logo abandonou a tela para trabalhar com instalações e objetos. Em 1999, ganhou bolsa de investigação do Prêmio Brasília de Artes Visuais. Recentemente, em 2010, ocupou o Eixinho Norte de Brasília com um jogo de palavras pendurado nos postes.

Exposição Linguagem Codificada  com os artistas: Angélica Padovani, Chico Amaral, Daniel Burigo, Ralph Gehre

Onde: Galeria da FAV (Faculdade de Artes Visuais da UFG, no Câmpus 2)

Quando: De hoje a 3 de outubro de 2013

Informações: (62) 3521-1445