Alma das ruas

Não passa muito tempo sem que os muros da capital se tornem telas para pinturas. No que pode ser entendida como uma evolução natural e mesmo uma transformação cultural da pichação, a arte urbana transmuta as ruas da metrópole em uma galeria a céu aberto. A profissionalização dessa expressão artística fez surgir diferentes técnicas de intervenção: grafite, estêncil, aerografia, 3D, stickers, lambe-lambes, entre outras.

Basta um breve passeio pelos bairros de Goiânia para se deparar com pinturas em tamanho gigante de todos esses gêneros. Numa relação de simbiose em que meio e mensagem se unem, a cidade se transforma e se humaniza. Ao transitar pela Avenida Universitária, uma das mais movimentadas da cidade, é impossível não reparar no trabalho que decora o viaduto da Marginal Botafogo, ou ainda, no caminho até a Praça Cívica, no Centro, em painéis inteiros com diversas formas de manifestações artísticas.

“Existem códigos para quem produz na rua, mas em geral a ideia é tornar a cidade um espaço menos austero, mais democrático. Quando lançam suas produções em espaços públicos, as pessoas sabem e até esperam que aconteçam desdobramentos, intervenções, reações. E é essa sua intenção: convidar outros cidadãos a se apropriarem dos espaços também”, diz a mestre em cultura visual e doutoranda em arte e cultura visual pela UFG Jordana Falcão.