O som de todos os lugares públicos

Coletivo Saraivada promove a websérie Som de Lugar, com músicas em vários pontos da cidade

Uma praça, uma câmera, um violão. O Coletivo Saraivada Produções Culturais estreou no dia 5 de setembro o programa Som de Lugar, na página do Facebook do coletivo e no YouTube. O projeto grava músicos prioritariamente goianos tocando em locais públicos onde também é feita uma entrevista.

Dois programas já foram colocados na internet e devem estrear na programação da TV UFG na semana que vem. Curtos, cada programa tem duas músicas e uma entrevista. As filmagens começaram em julho e sete programas já foram gravados.

“Neste primeiro momento pretendemos gravar 20 episódios, mas já percebemos que precisaremos ir além disso no futuro. Porque a música que está presente em todos os cantos de Goiânia não tem fim, é uma imensidão de estilos e possibilidades”, planeja Bruno Fiorese, idealizador do projeto.

A ideia surgiu a partir de outro webprograma chamado Música de Bolso. Bruno assistiu a um episódio em 2008, e desde então pensava em executar algo parecido: “Daí em diante sempre fui conversando com os amigos para construir o projeto com todos os detalhes. Na verdade, a concepção do projeto foi coletiva e tem a participação de todos os membros do Coletivo Saraivada Produções Culturais. Do início deste ano para cá fomos formulando a produção do projeto e a partir do acesso a equipamentos de áudio e vídeo de qualidade começamos a gravar em julho”.

Entre os programas gravados, já registraram a música de Renato Maia, Elon de Souza, Paula de Paula, Fernando Simplista, Ton Mus, Terra Celta e Kaloni Kaapur. Embora focado em músicos goianos, o grupo pensa em ir além: “Nós já gravamos com a banda Terra Celta de Londrina, Paraná, quando eles estiveram aqui na cidade para um show no Bolshoi Pub, será o sexto episódio do projeto. E isso vai depender da disponibilidade e envolvimento desses músicos, estamos abertos para todos os tipos de músicas e músicos. Nós fazemos o contato com os produtores e esperamos uma resposta positiva, no caso do Terra Celta deu tudo certo”.

O projeto é realizado sem edital e sem financiamento. A única parceria é com a TV UFG e surgiu a partir de um diálogo, pois três membros do coletivo também trabalham na emissora: “firmamos uma parceria de co-produção, porque precisávamos de mais alguns equipamentos de áudio e também de boas ilhas de edição. Até porque a TV UFG está aberta para este tipo de parceria com produtoras independentes por ser uma emissora de caráter educativo e cultural” explica Fiorese.

Segundo Fiorese, o barateamento dos equipamentos também ajuda no autofinanciamento: “A escolha é possível porque hoje em dia o barateamento dos equipamentos necessários para se produzir audiovisual facilita o processo. Então, como tínhamos alguns equipamentos resolvemos não esperar mais e ‘botar a cara no mundo’.”

Já o nome, Som de Lugar, vem de uma concepção de que a música não precisa de um lugar: “Essa postura do projeto vem da nossa crença naquela música orgânica e natural que não tem lugar ‘oficial’ para acontecer, ou seja, estamos em busca das musicalidades mais diversas possíveis que o ser humano pode produzir. Uma roda de violão na varanda de casa, uma percussão no meio da praça, um trompete na beira da piscina, acreditamos na interação entre músico, música e lugar e é isso que o projeto visa capturar”.

Até agora, a resposta tem sido positiva: “A resposta tem sido bem legal, porque várias pessoas gostaram da ideia principal do projeto e os músicos têm abraçado a proposta com todas as forças, sem exceção. Inclusive, nós gravamos sempre aos domingos e o clima é maravilhoso, o mais natural possível”.

E os planos do Saraivada para o programa não param por aí: “Nós pretendemos abarcar quantos estilos musicais for possível nessa primeira temporada e aí veremos o que vai acontecer depois. Não estamos parados, queremos sempre reformular e buscar as melhores maneiras de realizar o projeto. Se pararmos pra pensar nas músicas que tem por aí Brasil afora, com certeza dá pra fazer uns 10 anos de Som de Lugar, no mínimo. Só precisamos da nossa vontade de fazer e das pessoas para assistir e mergulhar nessa experiência! Estamos aqui pra isso!”.

Fonte: O Hoje