Reunião para definir estudo

Contratado para fazer diagnóstico da região, Xibiu critica “especulação intelectual” sobre trabalho

 

Vandré Abreu 06 de fevereiro de 2014 (quinta-feira)

Os estudos para a implantação da Operação Urbana Consorciada do Jardim Botânico (OUC Jardim Botânico) ainda estão em fase preliminar e se referem a um diagnóstico da região e proposições de intervenções urbanas, segundo o arquiteto Luiz Fernando Teixeira, o Xibiu. Ele foi contratado pelo Instituto Cidade - entidade ligada aos empresários da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) - no final do ano passado e afirma que apenas na semana passada soube da delimitação da área que poderá receber as intervenções. Na terça-feira, Xibiu discutiu o roteiro do trabalho com os técnicos da Prefeitura.

“Há uma especulação intelectual sobre o trabalho, mas é que ainda não se entende o conceito do projeto. Concordo que ainda está obscuro, mas agora que vamos começar o trabalho”, avalia o arquiteto. Xibiu afirma que não há nenhum projeto e o que está sendo realizado não pode nem ser chamado de projeto básico. “O que estamos fazendo é saber o que é esta área, o que tem lá, quem são as pessoas que lá estão e qual o potencial da área. Estamos começando esse diagnóstico”, diz.

Ainda segundo o técnico contratado pelo Instituto Cidade, este diagnóstico deve ficar pronto em quatro meses e será apresentado à população, que será a responsável por decidir quais as intervenções serão realizadas pelo Poder Público na região. Xibiu revela que a primeira questão a ser resolvida é de limpar a água do Córrego Botafogo, cuja nascente está no Jardim Botânico. Assim, o foco do projeto é o acesso ao Jardim Botânico, enquanto recursos naturais, e ao Bus Rapid Transit (BRT), que vai cortar a região.

“Todo mundo fala muito do adensamento da área do Jardim Botânico, mas a intervenção será feita em uma área muito maior que o parque”, afirma o arquiteto. Sobre o adensamento ao redor do parque, Xibiu diz que esta é uma questão a ser discutida posteriormente, pela população.

Em visita à Universidade Federal de Goiás (UFG) na manhã de ontem, o prefeito Paulo Garcia (PT) defendeu a OUC Jardim Botânico, dizendo se tratar de um projeto de reestruturação da cidade. “Aquela região apresenta problemas graves de degradação, ocupações irregulares e estamos chamando a Universidade para o diálogo, justamente para que a sociedade não fique com a impressão equivocada que se trata de um projeto de especulação imobiliária”, disse Paulo, segundo sua assessoria de comunicação.

No entanto, arquitetos e urbanistas ligados à UFG e ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU-GO) disseram, em reportagem publicada pelo POPULAR, que não possuem qualquer participação no desenvolvimento do projeto.

Fonte: O Popular