Em 20 anos, 8 milhões de t de lixo

Colosso de dejetos, projetado para ser único, está com 80 metros de altura e capacidade esgotada desde 2012

31 de março de 2014 (segunda-feira)

Sebastião Nogueira

Uma montanha de lixo com 80 metros de altura e mais de 8 milhões de toneladas, que já pode ser vista de longe. Estas são as características do maciço 1 do Aterro Sanitário de Goiânia, projetado em 1993, sobre um lixão que já funcionava ali há mais de dez anos. O que hoje é chamado de maciço 1 ocupa uma área de 263 mil metros, mais da metade dos 451 mil metros quadrados do local.

O colosso de lixo foi projetado para ser o único volume, mas está lotado e teve a operação encerrada em dezembro de 2012. Não era possível subir ainda mais a pilha de resíduos, sob o risco de provocar desabamentos. A engenheira agrônoma da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) Fabíola Adaianne Oliveira explica que a altura é limitada pelo tamanho da base.

O morro vai ficando cada vez mais fino, formando o chamado “bolo de noiva”, porque é preciso deixar espaço para o trânsito de caminhões e tratores, usados no depósito e na compactação dos dejetos. À medida em que resíduos são depositados e compactados, recobre-se com resíduos de construção civil (RCC), de no máximo 30 centímetros cúbicos, e terra.

O ideal seria recobrir com argila a cada camada de 4 a 5 metros de lixo. “É muito difícil fazer o recobrimento só com um solo de tanta qualidade quanto a argila, que serve para o isolamento de vetores e odores”, afirma Fabíola Oliveira. O RCC, embora não seja o ideal, é uma alternativa aceita, desde que observados os protocolos, afirma o coordenador do curso de especialização em Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos e Líquidos da Escola de Engenharia Civil (ECC) da Universidade Federal de Goiás (UFG) e doutor em Engenharia Hídrica e Saneamento, Eraldo Henriques de Carvalho.

Fonte: O Popular