Mais próximo, Marte ganha brilho acentuado nos próximos dias

Karla Jaime 09 de abril de 2014 (quarta-feira)

As nuvens no início da noite de ontem em Goiânia não favoreceram a observação do brilho mais intenso de Marte, em direção oposta à do pôr do sol. Mas o chamado planeta vermelho, visível mesmo quando está a 300 milhões de quilômetros, ficará mais brilhante ao longo deste mês. O ápice é esperado na madrugada de 15 de abril, terça-feira, quando das 3h30 até às 6h30 ocorrerá um eclipse da Lua e ficarão ainda mais realçados o tom alaranjado de Marte, então a 92 milhões de quilômetros da Terra. As informações são do professor Paulo Henrique Azevedo Sobreira, doutor, do Planetário da Universidade Federal de Goiás.

A proximidade aumenta, explica Paulo, devido a dois fatores: as órbitas que não são perfeitamente circulares, como se costuma pensar, mas sim levemente elípticas, e pelo fato de não estar o Sol no centro dessas órbitas. Por isso, “e por estar a órbita terrestre um pouco deslocada para um canto”, Marte fica mais exuberante, fenômeno se repete a cada 26 meses, diz o professor. Ele orienta quem quiser ver, nos próximos dias, essa luz de cor alaranjada que não oscila (a cintilação é característica de estrelas, que “piscam”) a mirar o Leste ao anoitecer. Neste horário, no alto do céu estará Júpiter, de cor mais branca. Por volta das 22 horas, o observador poderá ver Marte no alto, Saturno a Leste e Júpiter a Oeste. Tudo isso, diz ainda o professor, poderá ser apreciado mesmo com a interferência das luzes da cidade – desde que as nuvens não encubram a cena, claro.

Ao entardecer, Marte vai estar próximo a Espiga, a estrela mais brilhante da Constelação de Virgem, e vai se pôr no Oeste ao amanhecer. Com telescópio, comenta o professor da UFG, poderá ser visto até o gelo na calota polar norte do planeta vizinho.

O fenômeno de proximidade se repetirá em 2016, quando Marte estará a 76 milhões de quilômetros, e em 2018, com o planeta vermelho ainda mais perto, a 57 milhões de quilômetros, pouco mais do que em 2003, quando ficou a 55,7 milhões de quilômetros.

Fonte: O Popular