Celg e Eletrobras chegam a consenso

As companhias entraram em um acordo sobre o valor da dívida atual da companhia goiana, que deve girar em torno de R$ 1,01 bilhão e 1,03 bilhão

Mais um passo foi dado para a negociação da transição da Celg D para a Eletrobras. As companhias entraram em um acordo sobre o valor da dívida atual da companhia goiana, que deve girar em torno de R$ 1,01 bilhão e 1,03 bilhão. As avaliações realizadas pela fundação de pesquisas contratada pelo Estado (Funape/UFG) apontavam que o valor do passivo líquido da Celg girava em torno de R$ 800 milhões. Nos cálculos da Deloitte, esse valor era de R$ 1,6 bilhão.

De acordo com o conselheiro da Celg Par e diretor de regulação da Celg D, Elie Chidiac, faltam apenas poucos itens para que esta etapa da negociação chegue ao fim. Hoje, será apresentado um laudo técnico com esses itens ao conselho da Eletrobras.

“São itens pontuais da empresa que estão sendo avaliados e que ainda ficaram pendentes. São assuntos bem pequenos, e a convergência já está praticamente pronta. Acredito que entre sexta-feira e a próxima semana já tenhamos chegado a um resultado final”, disse.

Próxima etapa

A próxima etapa concerne ao campo jurídico, que decidirá o valor da companhia considerando a prorrogação da concessão até o ano de 2045. “São etapas importantes, porém mais simples”, completa Chidiac.De acordo com o presidente da Celg Par, Fernando Navarret, a companhia já investiu R$ 3,5 bilhões e pretende colocar o empréstimo da Caixa Econômica Federal, de dezembro de 2011, de mais R$ 1,9 bilhão para quitar esse passivo líquido. O fato é que a Eletrobrás, que já tem cinco diretores da Celg, não pode efetivar a compra enquanto a Celg não apresentar um balanço zerado ou positivo.

Segundo Chidiac, trazendo a Eletrobras para o controle da Celg, eliminam-se vários riscos não governáveis que são macroeconômicos, como variações cambiais, problemas regulatórios e políticos. “O setor como um todo sofreu um terremoto que não é pequeno e isso que levou a Eletrobras a perder seu patrimônio de R$ 40 bilhões para R$ 9 bilhões e levou várias empresas a registrar fluxo de caixa negativo”.

Investimento

Chidiac ressalta que não há dúvidas de que a Eletrobras fará investimentos na Celg após a transferência. Diz que a relação entre governo do estado e a Eletrobras é de “boas intenções para os dois lados, mas é lógico que tem um negócio no meio e os dois podem concordar e discordar”. “O governo do Estado confia em seu parceiro”, disse.

Concessão

Navarret pontua que a única divergência ainda existente é com relação às garantias de quanto o Estado ganhará com ao ser prorrogada a concessão da Celg. “Senão será transferida por um valor pequeno e logo em seguida valerá muito mais. Quem leva todo o lucro?”.

Fonte: O Hoje