“O caminho das artes é infinito”

29 de junho de 2014.

 

Uma arte que remete às raízes brasileiras com temáticas como a cultura negra e indígena é destaque essa semana no Diário do Artista

Diário da Manhã

katiúscia Pessoni

Selvo Afonso é um artista goiano, acadêmico que tem uma carreira bem consolidada. Hoje ele se sente feliz e realizado com suas obras de arte. Produzindo e vivendo bem com o resultado dela. Mas não foi sempre assim. Para isto, perseverança foi fundamental, lutas foram vencidas e vitórias alcançadas.

Ele conta que seu sonho inicial era fazer arquitetura. Mas como enfrentou a barreira financeira na época, decidiu então fazer Artes Visuais na Universidade Federal de Goiás (UFG). “Quando comecei a fazer o curso na universidade, percebi um mundo diferente . Comecei a descobrir um mundo novo desenvolvi técnicas para chegar no meu objetivo. E desde então comecei a pesquisar a figura humana. Foi lá, então que incentivado pela professora Maria Aparecida Talom, Selvo que me deu asas com sua criatividade e desenvolveu seu próprio material para produzir sua arte que fez abrir meus horizontes”, descreve o artista.

No começo ele utilizava pó xadrez no lugar de tintas e pasteis (giz pastel: é um material artístico para pintar e desenhar, existente em barra cilíndricos e até em lápis. Existem dois tipos de pastel; O seco e o oleoso). O que deu um resultado satisfatório à expectativa do artista. Atualmente ele utiliza acrílica sobre tela.

Selvo conta que desde o início se identificou com a figura humana. A raça negra é o seu ponto mais forte. “Me encanto com os traços marcantes que as negras têm. E então viajo nas minhas pinturas apreciando e expressando estas belezas que contrastam com olhares de misteriosos”.

“O fator principal que me levou a pintar foi a vontade de me expressar e de me revelar ao mundo. Vivo com intensidade cada quadro que pinto. Sou um apaixonado pelo meu trabalho . Penso em arte o tempo todo. Diria sem sombra de duvida , que ela é tudo para mim”, descreve.

Seus ídolos na arte são o grande pintor Caravagio e hoje o artista brasileiro Sergio ferro. Ao falar do mercado em relação a sua arte, ele ressalta que não tem do que se queixar. “Consigo colocar bem no mercado o meu trabalho. E vende-los. Pois tem boa aceitação no mercado. E eu pinto para vender. Não gosto de ficar com quadros por algum tempo sem nenhuma perspectiva de venda”. O artista destaca também a admiração e aquisição de seus trabalhos pela temática que aborda (negras e índios), além disso conta que os valores são acessíveis. “Não coloco preços exorbitantes. Porque eu quero vender e gosto que as pessoas adquirem minhas obras. Trabalho por paixão. Por isto vendo por preços que compensam para mim e que o cliente possa pagar e ficar satisfeito com a aquisição”.

O mundo passa por um momento de transição no mundo das artes . Quando se trata de decoração, fica mais complicado, segundo Selvo. “Hoje se tem muitas opções para colocar algo na parede . O investimento nas artes por parte do governo ainda é tímido. Os espaços expositivos estão reduzidos, os artistas tem procurado expor em espaços alternativos , tais como bares restaurantes, e lojas de decoração. Espero que em breve o mercado melhore”.

Seu objetivo em relação a arte é pintar muito e espalhar muitos quadros pelo mundo. “Ainda não cheguei onde quero. O caminho das artes é infinito”.

Fonte: Diário da Manhã

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