As doenças respiratórias

O inverno chegou e com ele os problemas ocasionados pela baixa umidade e o tempo seco

17 de julho de 2014

 

 O inverno chegou e com ele a baixa umidade do ar, o aumento da poluição do mesmo, além de mudanças bruscas de temperatura.  Estes são os principais agentes causadores de doenças respiratórias, nesta época do ano. E o motivo de preocupação para quem já tem doenças respiratórias ou não. A estação provoca a queda da imunidade das pessoas, tornando-as mais predispostas a desenvolver algumas enfermidades, como a asma. Para entender mais sobre essas doenças, a reportagem do Diário da Manhã entrevistou um especialista na área, que fala sobre os incômodos do inverno.

De acordo com o professor da UFG e pneumologista, Marcelo Fouad Rabahi, doenças como a rinite alérgica, asma, sinusite e bronquite crônica são as enfermidades mais frequentes neste período do ano. Causadas por fatores como a baixa umidade e resfriamento do ar, contato com ácaros de roupas guardadas, ambientes fechados e ventilação reduzida que facilitam a transmissão dos agentes que contribuem para o surgimento desses incômodos. “Se a pessoa já é portadora dessas doenças, ela pode ter essa situação agravada”, avalia.

Os responsáveis pelas infecções respiratórias agudas são os vírus e as bactérias, as reações alérgicas como a rinite alérgica são causadas, em sua grande maioria, pelos ácaros (microorganismos encontrados na poeira). Caso este do assistente comercial Daniel Júnior Vitorimne Ribeiro, 22 anos, que desde os onze anos sofre com rinite alérgica. Mas, no inverno, seu estado se agrava. “Devido ao tempo seco e à poeira, começo a tossir muito, minhas vias nasais ficam congestionadas, além de sangramento pelo nariz”, conta.

Fouad explica que o revestimento do nariz tem mais probabilidade de se tornar seco e irritado por causa da baixa umidade, por isso, os sangramentos nasais ocorrem mais frequentemente no inverno, quando os vírus são comuns e o ar interno aquecido seca as narinas. Pontua ainda que o nariz contém muitos vasos sanguíneos pequenos que sangram com facilidade. “O ar que se movimenta pelo nariz seca a mucosa que fica muito ressecada e os vasos são rompidos causando o sangramento”, constata.

Sangramento 

nasal

Para combater o sangramento nasal, o pneumologista recomenda manter o nariz sempre hidratado, com o uso de soro fisiológico nasal em aerossol e gel solúvel em água, que ajudam a prevenir sangramentos, especialmente, durante os meses de inverno. Além disso, indica manter um umidificador doméstico e um vaporizador para devolver a umidade ao ar. Que, de acordo com o especialista, ajuda muito as pessoas que sofrem com sangramentos nasais frequentes. 

Procedimento este constante no dia a dia da pedagoga Tatiane Araújo Pires, 32 anos, mãe do pequeno Arthur Araújo Pires, seis anos, que começou ter sangramentos nasais aos três anos, e desde então sempre são recorrentes, principalmente, no inverno. “O médico disse que não há muito que fazer e que é normal nesse tempo, por isso, sempre uso soro e umidificador”, assegura.

Daniel também faz uso do soro, mas acredita não ser um procedimento eficaz. “Também faço uso do descongestionante, mas ele acaba ressecando mais, por conta do iodo presente em sua substância”, afirma. Alerta ainda para casos em que pessoas tornam-se viciadas pelo medicamento, usando o mesmo descontroladamente. “Apesar dos médicos recomendarem que façamos uso somente de quatro em quatro horas, existem pessoas que viciam”, alerta.

Outro problema enfrentado, nesta época, por Júnior, é o ressecamento dos olhos. “Neste tempo seco, às vezes, dou febre, meus olhos ficam ressecados e, com isso, passo a ter uma péssima qualidade de vida, principalmente, à noite que não consigo dormir por causa destes sintomas da rinite alérgica que se agrava”, lamenta.

Consequência 

Para Daniel, essa é uma situação complicada porque afeta seu bem-estar, convívio com familiares e ambiente de trabalho, uma vez que não consegue dormir bem. “Durante o dia, torno-me uma pessoa de mau humor, atrapalhando assim minha rotina de trabalho e o convívio com minha família”, avalia.

Ressalta ainda estar inconformado com a não existência de medicamentos que possibilite a cura de sua rinite alérgica. “Acredito que melhor seria se já existisse tratamento mais eficaz, em vez de ter que viver dependente de medicamentos”, conclui. Conforme a pedagoga Tatiane, além de usar os medicamentos para minimizar os sangramentos nasais do filho, procura mantê-lo tranquilo e de cabeça erguida. “Quando ele sangra, procuro deixá-lo de cabeça inclinada para cima”, diz.

saiba mais

Como prevenir doenças respiratórias

  1. Sempre deixar o ambiente ventilado;

  1. Lavar as mãos frequentemente durante todo o dia;

  1. Beber bastante água, mesmo sem sentir sede;

  1. Etiqueta da tosse (tossir no punho e no dorso);

  1. Evitar o contato de crianças sadias com pessoas com infecção respiratória;

  1. Evitar o acúmulo de poeira em casa;

  1. Lavar e secar ao sol mantas, cobertores e blusas de lã guardadas por muito tempo.

Fonte: Diário da Manhã

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