Magia de Hollywood

Brasiliense criado em Goiânia, Gus Yamin fez palestra na cidade para falar de sua experiência como designer em uma das maiores empresas de efeitos especiais do mundo.

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22 de Julho de 2014

 

Quando Transformers 4: A Era da Extinção, dirigido por Michael Bay com produção de Steven Spielberg, estreou no Brasil no último dia 17, o filme já tinha alcançado o título de maior bilheteria de todos os tempos na China, com US$ 225 milhões arrecadados até então, e batido a casa dos US$ 700 milhões ao redor do mundo - hoje já beira os US$ 900 milhões. Desconsiderando absolutamente as críticas em relação à superficialidade do roteiro, sua eficiência e qualidade em termos de efeitos especiais são inegáveis.

O universo fictício do filme, com seus robôs e máquinas futuristas, são de criação da gigante norte-americana Industrial Light and Magic (ILM), onde trabalha o brasileiro Gus Yamin, designer gráfico que realizou parte de sua formação profissional em Goiás e que retorna ao Estado esta semana para ministrar ontem palestra a estudantes de design de todo o País que participam do Encontro Nacional de Estudantes de Design, NDesign, sediado no Câmpus 2 da Universidade Federal de Goiás até o próximo sábado.

Gustavo trabalha na ILM há um ano. Antes disso, atuou por seis anos na Image Engine Design, empresa especializada em efeitos visuais situada em Vancouver, no Canadá, onde participou da produção de grandes filmes como O Incrível Hulk (2008), dirigido por Louis Leterrier, e Distrito 9 (2009), ficção científica sobre extraterrestres dirigido por Neill Blomkamp, que chegou a receber quatro indicações ao Oscar, incluindo de melhor filme e efeitos visuais, feito inédito para o estúdio que nunca havia feito produções tão vultosas. Pela empresa, ele também integrou a equipe de longas de destaque como Elysium e Eclipse – da saga Crepúsculo. Já pela ILM, leva créditos pela produção de Capitão América 2 e Transformers 4.

Gustavo é brasiliense, mas viveu parte da infância e da adolescência em Goiânia. Ele iniciou sua formação no curso de Desenho Industrial no Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília, no início dos anos 1990, mas trancou a matrícula depois de três anos e meio para trabalhar com computação gráfica em uma produtora na capital goiana.

Na tentativa de conciliar o novo emprego com os estudos, transferiu o curso para a UFG, mas trancou novamente e não chegou a concluir. “A estrutura das universidades naquela época era muito precária. Então fui saturando daquela situação”, recorda.

Desafios

De Goiânia, Gustavo foi para São Paulo, onde passou uma temporada de sete anos trabalhando na empresa Vetor Zero, uma das maiores do ramo na América Latina. “Eu estava bem estabelecido em Goiânia. Tinha meu apartamento, meu emprego fixo. Já tinha chegado onde dava para chegar aqui. Mas eu queria mais desafios. Sabia que dava para ir mais longe”, conta. Ele diz que martelava essa ideia na cabeça quando recebeu o convite para se juntar à Vetor. “Não tinha por que não ir e ficar martelando aquele ‘e se’ na cabeça. Fui para ver o que dava”, lembra.

E foi o mesmo sentimento de estagnação que o levou para o Canadá em 2007. Na empresa paulista, Gustavo atendia clientes do porte da Coca-Cola, Procter & Gamble, Volkswagen, Ambev, Unilever, Toyota e DuPont, gigantes do mercado, mas sempre fazendo trabalhos com foco em publicidade. Foi quando um amigo surgiu com o convite para trabalhar com entretenimento em uma empresa que ainda não era tão expressiva quanto veio a se tornar, mas que já tinha um peso na produção de efeitos especiais. “Conversei com meu chefe que me apoiou na decisão e deixou as portas abertas caso alguma coisa desse errado. Então fiz as malas e fui. E lá estou até hoje”, conta.

Alta tecnologia a serviço do conteúdo

22 de julho de 2014 (terça-feira)

Gustavo Yamin atua como generalista, um profissional que tem a capacidade de atuar entre todos os processos de produção, como um coringa. Entretanto, seu foco é o desenvolvimento do visual, tratando de iluminação, textura, material e, principalmente, a construção de cenários.

É ele quem reproduz graficamente paisagens inusitadas ou que não podem ser montadas em estúdio. Em Transformers, ele diz ter sido o responsável pelas cenas que ocorrem dentro da nave do vilão Lockdown. Atualmente, Gustavo trabalha em Tomorrowland, filme de Brad Bird estrelado por George Clooney e Hugh Laurie, esperado para o ano que vem. Embora não adiante nada a respeito da sinopse, diz que se trata de uma aventura típica dos anos 1980.

O designer gosta de assistir a filmes, mas se diz menos cinéfilo do que deveria. “Trabalho com isso o dia inteiro, e não é sempre que chego em casa que tenho vontade de ver mais um ou dois filmes”, admite. No cinema, conta que consegue abstrair o olho clínico e se entregar ao filme que está sendo exibido, mas só quando o assiste pela primeira vez.

A segunda já é analisando quadro a quadro” (risos), entrega. Para ele, os filmes mais icônicos na utilização de efeitos especiais são Jurassik Park e Piratas do Caribe 2. “Jurassik Park é quase mágica. É como David Copperfield. E ele resiste à passagem do tempo. O resultado daquilo a que ele se propõe é fantástico. E a aparição de Davy Jones em Piratas do Caribe também é um marco em efeito especial no cinema”, analisa.

Para Gustavo, o efeito especial é responsável pela magia do escapismo do cinema: “é ele quem suspende a incredulidade, fazendo que pareça tudo real e possível”. Na sua opinião, a função dos efeitos é justamente criar uma realidade paralela, improvável.

Exagero

Crítico, ele admite que a técnica vem sendo utilizada com exagero pela nova indústria, e avalia que a Academia está de olho, justamente, em quem consegue colocar os efeitos à favor da história. O designer diz que a utilização de efeitos não tem limites, e revela que a meta procurada hoje pelas maiores empresas do ramo no mundo, e que ainda está longe de ser alcançada, é a criação de seres humanos virtuais, absolutamente digitais e convincentes. “Ainda temos um vale intransponível para isso.”

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“Os únicos que entendem alguma coisa são os telespectadores”, diz Michael Bay

Bruno Félix - Do Rio de Janeiro 22 de julho de 2014 (terça-feira)



O sucesso de bilheteria em todo o mundo foi o escudo do diretor norte-americano Michael Bay para se defender das duras críticas recebidas pela imprensa especializada sobre o filme Transformers: A Era da Extinção, quarto capítulo da milionária franquia sobre os robôs gigantes, que estreou oficialmente na semana passada em todos os cinemas do País. Na quinta-feira da semana passada, acompanhado pelo produtor Lorenzo Di Bonaventura e pelos atores Nicola Peltz e Jack Reynor, o cineasta concedeu uma entrevista coletiva no Hotel Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Segundo Bay, crítica e público não estão na mesma sintonia quando o assunto é a baixa avaliação diante dos especialistas dessa nova superprodução, que já arrecadou no mundo mais de US$ 700 milhões e pode chegar a US$ 1 bilhão, o mesmo valor alcançado pelo último longa da trilogia, O Lado Oculto da Lua, de 2011. “Alguém já chamou essa franquia de ‘filmes idiotas de robôs’, mas se quase um bilhão de pessoas assistiram algo está errado. Como disse um famoso produtor, os únicos que entendem alguma coisa são os telespectadores”, alfinetou.

O diretor também evitou antecipar se comandaria uma quinta aventura da franquia, já que ele havia dito durante a promoção do terceiro filme da série em 2011, também no Rio de Janeiro, que aquele seria o último, mas voltou para A Era da Extinção. “Gosto da história, dos personagens, mas acabei de terminar dois anos pesados de trabalho, com a participação de 4 mil profissionais. Estou moído. Ainda não sei. Vou descansar. Preciso pensar direito porque, se eu morrer no meio do processo de gravação, eles estão ferrados”, brincou.

O diretor também revelou que tinha pensado em gravar algumas tomadas do novo filme no Rio de Janeiro, mas, ao mesmo tempo, ficou com pena de destruir certos pontos turísticos. “Nova York já foi destruída diversas vezes, Paris também, mas sempre gostei de Hong Kong”, brincou novamente. O produtor Lorenzo Di Bonaventura completou a informação. “Temos de ter um suporte do governo. Nós vamos para cidades que se envolvem e fazem o processo de filmagem ficar mais fácil. Os chineses ajudaram bastante nesse ponto. É uma relação em que uma mão lava a outra.”

Os protagonistas

Bay explicou ainda como foi o processo de escolha do novo trio de protagonistas humanos do filme. Segundo ele, Mark Wahlberg, que interpreta o mecânico e inventor falido Cade Yeager, foi escolhido durante o set de gravação do seu filme anterior, Sem Dor, Sem Ganho, de 2013. Já Reynor e Nicola Peltz, que formam o novo casal romântico da trama, foram selecionados em testes com cerca de 500 atores. “Ela é uma excelente atriz, quando começamos tinha somente 17 anos, e era perfeita para o perfil que a gente queria. O Reynor é muito talentoso”, justifica.

A jovem Nicola Peltz, de 19 anos, disse na coletiva que cresceu assistindo aos filmes da franquia e que é uma honra assumir o papel feminino na trilogia, posto já ocupado por Megan Fox e Rosie Huntington-Whiteley. “Meus irmãos pegam no meu pé por ter esse papel, já que eles amam as outras garotas. Está sendo uma experiência incrível poder estar perto desses carros e fazer cenas de ação com eles. Cresci assistindo Transformers, então a empolgação ultrapassa qualquer pressão”, avaliou a atriz, que interpreta a estudante Tessa, filha de Cade Yeager.

O irlandês Jack Reynor também falou da emoção de fazer parte do novo elenco da franquia. Na trama, ele é o piloto de corridas Shane Dyson e namora Tessa às escondidas. “É a realização do sonho de todo moleque de 15 anos. Eu sempre assisti a programas de televisão sobre automóveis e quando era mais novo costumava desmontar carros e depois montar de novo. Agora estou no meio de explosões, ataques alienígenas, tudo é real e deixa o filme único.”

O repórter viajou a convite da Paramount

Fonte: O popular

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