Dilema da universidade do século XXI é tema de encontro

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Representantes de universidades de todo o mundo durante a abertura do III Encontro Internacional Universia

Uma multidão de representantes de 1.103 universidades de 33 países começou ontem, no Rio de Janeiro, a discutir os dilemas da universidade do século 21, no 3º Encontro Internacional de Reitores, que se encerra na tarde de hoje. O encontro, promovido pela Universia, rede que reúne universidades de língua espanhola e portuguesa, é uma reflexão sobre o futuro do ensino superior num momento de intensas mudanças, inovações tecnológicas e globalização. Os desafios e oportunidades que surgem a partir da revolução tecnológica em curso no mundo foram temas recorrentes no primeiro dia de debates, por exigirem novas formas de apresentação do conhecimento e, ao mesmo tempo, por facilitarem a difusão do saber. “A universidade deve explorar essas possibilidades para competir com as novas gerações de jovens estudantes”, afirmou o espanhol Emilio Botín, presidente mundial do Banco Santander, que financia a rede Universia como projeto de responsabilidade social.

Reitores dos cinco continentes participam das discussões, em busca de ideias para que a educação superior consiga se reinventar. O reitor da Universidade de Oxford, Andrew Hamilton, destacou durante a plenária a importância de cooperação das instituições, citando a descoberta da penicilina a partir de pesquisas de diferentes países. “Nosso desafio é repetir esse processo de forma sistemática. E agora temos a sorte de contarmos com ferramentas da tecnologia de informação”, disse. Já o reitor da Universidade de Cingapura, Tan Chorh Chuan, lembrou de uma viagem que fez pelo Rio Amazonas, que em alguns trechos se apresentava cheio de corredeiras perigosas. “Perguntei então ao barqueiro qual a coisa mais importante para ele naquele tarefa, e ele me respondeu que era ‘ler as águas’. Precisamos disso, de ler as águas, de entender o que está acontecendo, quais são as correntezas, os redemoinhos, para podermos agir”. Discursaram também na plenária líderes das universidades de Yale e Heidelberg.

Um dos debates do encontro foi dedicado aos estudantes, para discutir seus novos perfis e habilidades, e o que eles esperam da universidade. Além de representantes da Espanha e da Argentina, a mesa teve a presença da presidente da União Nacional dos Estudantes, a pernambucana Virgínia Barros, que falou sobre os percalços do ensino superior no País, que tem apenas 7 milhões de estudantes, o que representa 15% dos jovens. Desse total, 75% estão em universidades privadas, destacou, o que ilustra a dificuldade de acesso da população pobre.

O Encontro Internacional de Reitores prossegue hoje, com mais cinco debates e a elaboração de uma carta que apresentará propostas para a modernização da universidade, a internacionalização e a conexão com anseios sociais. Reitores de instituições goianas, como Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Estadual de Goiás (UEG) e Pontifícia Universidade Católica (PUC) estão presentes no evento, uma dos reuniões mais relevantes de instituições do ensino superior.

A jornalista viajou a convite da Universia.

Fonte: O Popular

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