Profissionais premiados internacionalmente e ideias que deram certo e são reproduzidas pelo mundo fazem parte do portfólio goiano de desenvolvimento de softwares. O Estado é um dos polos de tecnologia da informação do País, mas enfrenta nos últimos dez anos a crescente demanda por profissionais qualificados e a necessidade constante de atualização para ampliar a participação no mercado nacional e exportar, de acordo com empreendedores que conhecem a realidade local consultados pelo POPULAR.
Criatividade e conhecimento são considerados fundamentais e a troca de experiência em tecnologias diversas também. Com objetivo de compartilhar conteúdo e inovações entre profissionais do Estado, cinco grupos goianos – Comunidade Java, Comunidade.NET, Comunidade PHP, Comunidade Google e Grupo de Desenvolvedores Python – vão se reunir na segunda edição do Join Community, sábado, a partir das 8h30, na Faculdade Sul-Americana (Fasam), em Goiânia.
“O profissional tem de conhecer os avanços, que acontecem de forma muito rápida. Outro desafio ainda está na capacitação e a demanda está alta”, explica o tecnólogo em processamento de dados e organizador do evento, Marcelo Paiva. Segundo ele, atualmente é necessário conhecer mais de uma plataforma para desenvolver programas, principalmente por causa da mobilidade, que está especialmente quente – nesta área, além das corporações, a tendência é o usuário final.
Além do desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis, computação em nuvem, big data e o boom das startups estão transformando a forma de pensar os negócios. E são os jovens os mais atraídos. Alguns já começam a desenvolver software na adolescência, e esses são muitos nas comunidades de tecnologia de Goiás. Como Marcelo Quinta, de 25 anos, que começou com 19 anos e na faculdade já produzia para celulares, antes mesmo da popularização dos smartphones. Ele fará palestra no Join Community.
No mestrado, Quinta, que é gerente na Triangulum Soluções em Goiânia, foi premiado pela Sociedade Brasileira de Computação e já representou o Brasil em palestra no JavaOne, em São Francisco, nos Estados Unidos. Também conseguiu negociar uma biblioteca de software que transforma até celulares antigos (com wi-fi ou bluetooth) em controles para automação, para por exemplo ligar e desligar a luz em uma casa.
Os exemplos de ideias nascidas em Goiás (veja no quadro) e que ganharam o mundo são vários e crescem à medida que permitem cada vez mais retorno de investimento.
Fora da caixa
Mas não é preciso inventar a roda, boas ideias já construídas podem ser adaptadas para o cenário local ou mesmo melhoradas. “Tem de ter ideia e criar algo adicional, fazer algo com valor. Tudo é novo e existe muito mercado, mas a dificuldade é encontrar profissionais que não pensem, por exemplo, que um aplicativo é um site pequeno. Tem de considerar que o cenário de consumo é diferente”, explica Quinta, que também é professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), sobre a atualização constante também nas grades acadêmicas.
Além de sair da caixa e inovar, de acordo com o também convidado para palestra na Join Community, Rodrigo Kono, que é Microsoft MVP (reconhecimento por contribuição com a comunidade técnica), também na web é preciso pensar em um usuário cada vez mais exigente e pensar em interfaces naturais que facilitem o uso das aplicações.
“As empresas goianas estão desenvolvendo muito e não é diferente do resto do mundo. Mas chega uma hora que é preciso sair da frente do computador e discutir o que estamos produzindo.”
TI em números
Tecnologia da Informação: dados de 2012 em Goiás
Empresas na área de software – 800
Profissionais – 10 mil
Faturamento – R$ 1 bilhão por ano
Áreas que mais concentram empresas
Desenvolvimento de softwares
Consultoria
Serviços de automação
Manutenção e assistência técnica em TI
Call Center
Goiás ocupa 9º lugar no Brasil no setor de TI
26 de agosto de 2013 (segunda-feira)
TI em números
Tecnologia da Informação: dados de 2012 em Goiás
Empresas na área
de software – 800
Profissionais – 10 mil
Faturamento – R$ 1 bilhão por ano
Áreas que mais concentram empresas
■ Desenvolvimento de softwares
■ Consultoria
■ Serviços de automação
■ Manutenção e assistência técnica em TI
■ Call Center
Fonte: Comunidade Tecnológica de Goiás (Comtec)
Goiás é o nono do País em número de empresas e empregos gerados no setor de tecnologia da informação, de acordo com levantamento da Comunidade Tecnológica de Goiás (Comtec) referente ao ano de 2012.
O cenário é de grandes empresas constituídas, com maioria de pequenas e crescimento de startups.
De acordo com o vice-presidente da Comtec, Almir Firmino da Silva, o momento é de muitas ideias, mas com ganho ainda baixo. “É uma fase de aprendizado, de experimentação para uma próxima fase, que é a produção para o mercado com resultados efetivos e lucro”, opina. Para ele, a juventude está muito ativa e atenta ao momento, que requer muito investimento em profissionais do desenvolvimento ao conteúdo.
“Quando a economia cresce, exige investimentos em software visando a sustentação e controle do negócio e produtividade, e isso dá oportunidades para empresas locais e de outros Estados”, avalia o diretor superintendente da Red&White, empresa pertencente ao Grupo José Alves, Mariano Adsuara. Segundo ele, há dois mercados, a produção para empresas que exige inovação para aumento de produtividade e controle dos negócios – com maior valor de compra – e o desenvolvimento para o usuário final, que exige muita criatividade e experiências diferenciadas.
Para a presidente da Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg), Helenir Queiroz, o desafio em termos técnicos está na mobilidade, computação em nuvem e o conceito de big data. “O Google e a Amazon são os pioneiros do tema e souberam transformar essa inovação para se tornarem gigantes”, lembra sobre a análise de dados.
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Teste gratuito pretende incentivar produção local
26 de agosto de 2013 (segunda-feira)
Tecnologia
Goiano aposta em desenvolvimento de aplicativos para celulares antigos
Baseado na literatura mundial da engenharia de software, um grupo de empresas goianas junto à Universidade Federal de Goiás (UFG) lançou na semana passada o Método Freetest (www.freetest.net.br), um teste gratuito para softwares. A intenção, diz o vice-presidente da Comunidade Tecnológica de Goiás (Comtec), Almir Firmino da Silva, é incentivar que as soluções cheguem ao mercado sem erros e assim contribuir com a produção e competitividade do Estado.
“O conjunto de ferramentas é livre para apoiar o processo de teste, que é uma atividade cara e que exige conhecimento.” Dessa maneira, pequenas empresas também poderão oferecer softwares ainda melhores.