Anuário mostra crescimento e patrimônio histórico

Levantamento publicado pela Prefeitura pode ajudar a definir políticas públicas para a capital

Goiânia continua mais feminina - 52% da população -, urbana - 99,6% - e extremamente arborizada - 89,3% dos domicílios com árvores. O perfil geral é apontado pelo Anuário Estatístico de Goiânia 2012, divulgado ontem pela Prefeitura, contendo indicadores sociais, econômicos, ambientais, territoriais e agora também culturais. Pela primeira vez, o anuário elaborado pela Secretaria Municipal de Planejamento (Seplam) fez um levantamento detalhado do patrimônio histórico da capital.

A maior novidade do anuário está concentrada no que foi batizado de Cadastro Municipal dos Bens Culturais Preservados e Tombados. O estudo, que aponta 63 bens, reúne aqueles tombados tanto pelo município, como pelo Estado e pela União, ou como em muitos casos por dois deles ou até os três. Entre os bens figuram prédios e logradouros públicos como a Praça Cívica e o Teatro Goiânia, o painel do artista plástico D.J. Oliveira no Restaurante Universitário da Universidade Federal de Goiás (UFG) e a centenária árvore da espécie moreira na Rua 24, entre a Avenida Anhanguera e a Rua 3,no Centro.

Os dados são preciosos por darem condições para que gestores da área de preservação histórica e cultural tenham a noção do que a lei protege e o que ainda precisa ser tombado. “Acredito que este número é realmente o que se tem de tombamentos hoje, embora falte muito a ser tombado na cidade”, relativiza a superintendente regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Salma Saddi, analisando os dados compilados pela Prefeitura.

Ela cita casos de imóveis particulares que deveriam também ser foco da preservação do poder público nas três esferas, por conterem valor histórico, que ainda estão sem tombamento. Entre eles estão, por exemplo, o Colégio Santa Clara, no Setor Campinas, e um conjunto esparso de casas modernistas localizado no Centro e no Setor Sul.

Os dados, disponíveis no endereço www.goiania.go.gov.br, devem nortear as definições de políticas públicas em diversas áreas no ano que vem, segundo a Prefeitura. Parte das estatísticas, como quantitativo populacional, são baseadas no Censo 2010 elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na área econômica e social, ministérios como da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio também são fontes. Alguns desses dados, no entanto, foram depurados. É o caso da população exata por bairro.

“Fizemos esse levantamento específico, porque o Censo do IBGE define a população por setores censitários, que podem reunir vários bairros. Isso dificulta analisar as regiões mais de perto”, explica o secretário Municipal de Planejamento, Lívio Luciano. De acordo com o Anuário 2012, Goiânia tem 1.302.001 habitantes (cresceu 19% na última década). Destes, 4.925 (0,4%) vivem na zona rural, que abarca 38,4% da área do município.

Entre outros dados específicos estão alguns econômicos como a variação do Índice de Preço ao Consumidor nos últimos anos e a amostra do crescimento vertiginoso do mercado imobiliário na capital a partir de 2008, transformando-a em canteiro de obras. O Anuário mostra que em 2007 foram vendidas cerca de 3,7 mil unidades habitacionais novas, enquanto em 2008 foram 6,2 mil, em 2009 mais 7,6 mil e enfim em 2010 (dado mais recente) foram 9.679 unidades.

O material dá acesso a mapas temáticos, georreferenciais, galeria de fotos, Programa Urbano Ambiental Macambira Anicuns (Puama) e cartilhas de educação ambiental relacionados a unidades de conservação, uso da água, plantio de mudas, além de coletânea da Legislação Urbanística Ambiental.1.2

Fonte: O Popular