Emoção à flor da pele

 

 

07 de agosto de 2014

Técnica, força física, paciência e dedicação são imprescindíveis para a prática de esportes radicais, como o mergulho e a escalada.

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Para Oscar William, o importante é não ter medo da água e mergulho não tem a ver com natação (Selma Cândida)

 

A proximidade com a natureza é o maior atrativo dos esportes de aventura. Contemplar a paisagem depois de escalar uma montanha ou mergulhar em águas claras para observar a riqueza de cardumes, algas e corais são privilégios que exigem, além da vontade, aprendizado. Antes de se aventurar é aconselhável aprender as técnicas de cada modalidade e, assim, garantir a prática do lazer com segurança. Aulas teóricas e práticas são o primeiro passo para tirar as dúvidas, receber orientações, testar os conhecimentos e, obviamente, praticar os conteúdos. Depois disso, é só partir para adrenalina.

 

“O mergulho é o esporte mais seguro que existe”, garante o instrutor Oscar William Catoira, proprietário da escola Mundo Sub, localizada no Setor Jaó, em Goiânia. Ser exímio nadador não é um pré-requisito já que, segundo Oscar, mergulho não tem nada a ver com natação. Para ele, o mais importante é não ter medo da água. E nisso, o curso básico de mergulho, chamado Scuba Diving, ajuda muito. “Oferecemos oito horas de aulas teóricas, inclusive com prova, e oito horas de prática na piscina, que tem 1,40m, 3m e 6m de profundidade, respectivamente”, explica. O conteúdo inclui o manuseio do equipamento e os sinais universais de comunicação embaixo da água, dicas para planejar o mergulho etc.

 

O aluno só estará credenciado a mergulhar após se submeter ao check out, ou seja, mergulhar até 12 metros de profundidade, acompanhado por instrutores, em águas abertas (piscina é água confinada!). “Na nossa escola, realizamos o check out no Lago Azul, em Mara Rosa (GO), ou na Represa Capim Branco, em Uberlândia (MG)”, diz o instrutor. Após essa avaliação, ele recebe a carteira da Associação Profissional de Instrutores de Mergulho (Padi), que o certifica a mergulhar em qualquer lugar do mundo. E não são poucos. Oscar William, por exemplo, já esteve em Fernando de Noronha (PE) e em Curação, no Caribe, para citarmos apenas dois paraísos.

 

O mergulho requer equipamentos específicos. Nadadeiras, máscaras e snoker devem ser de uso pessoal do aluno. O restante – roupa de neuprene, colete equilibrador, regulador, manômetro e cilindro etc. – é fornecido pela Mundo Sub durante o curso. A atividade pode ser praticada em mar aberto, rios e lagos, e em Goiás as opções são muitas (veja no quadro). O Scuba Diving é procurador por gente de todas as idades, mas as aulas só são permitiras a partir dos 10 anos. No ato da matrícula, é feita uma avaliação para ver se há necessidade de exames médicos específicos. “A única contraindicação é para quem tem o tímpano perfurado”, alerta Oscar, que, recentemente, ministrou aulas para uma família goiana que, nestas férias, foi mergulhar na Polinésia.

 

Thaís Signor é estudante de Biologia na Universidade Federal de Goiás (UFG). A moça mergulha há um ano e três meses, mas descobriu, antes, os prazeres de desvendar o mundo subaquático. Durante um intercâmbio na Missouri State University, cursou uma matéria sobre mergulho. O interesse pela modalidade fez com que buscasse, logo depois, um curso avançado na instituição Eco Dive Center, em Culver City, na Califórnia (EUA). De volta ao Brasil, Thais – que confessa: “Sonhava em ser sereia quando criança” – prepara-se para tornar-se instrutora de mergulho. “Profissionalmente, essa habilitação me ajudará, pois penso em atuar com biologia marinha”, adianta. Segundo a universitária, mergulhar proporciona uma satisfação rara, além do relaxamento. “É como se estivesse num mundo à parte”, acrescenta.

 

 Mãos e pés

 

Técnica, força física e, sobretudo, paciência. Se o mergulho te leva sutilmente para um mundo totalmente diferente do nosso, a escalada te desafia a vencer os limites oferecidos pela própria natureza. Nisso consiste o boulder, uma das modalidades de escalada em rocha, nesse caso até a altura de 5 metros, usando apenas as mãos. “O desafio é subir sem equipamentos e usando o que a própria rocha oferece”, afirma o escalador Rogério Fernandes, dono da Vertical Escalada e Aventura, no Setor Bueno, na capital. O rapaz, atualmente instrutor, já escalou, por exemplo, o Monte Aconcágua (6.962 metros), na Argentina, e o Cerro Roncador (3.600 metros), em Porto Rico.

 

Qualquer pessoa pode praticar o boulder, mas por segurança é importante o treinamento. A escola oferece uma sala com paredes artificiais verticais, negativas e tetos onde estão agarras que simulam as possibilidades de movimento num paredão. São 32 horas de aula teórica e atividade prática. “Usamos o boulder como treinamento, mas o curso é para quem quer escalar paredões maiores”, confessa o instrutor. Segundo ele, são necessários apenas uma roupa confortável, sapatilhas de escalada, bolsa com carbonato de magnésio para as mãos e o crash pad – um colchão que serve de proteção, pois amortece a queda caso ocorra. A presença de um guia experiente é prudente.

 

“Existe um grau de dificuldade, por isso é importante ter tranquilidade, paciência, e para evoluir é preciso treinar”, garante Rogério. A experiência permite à pessoa fazer uma ‘leitura’ do que a rocha oferece e de como será o caminho antes de iniciar a subida. Segundo o instrutor, o boulder foi o responsável por popularizar mundialmente a escalada. Atualmente, a escola é procurada até por crianças de ambos os sexos. “Quanto mais cedo começar, melhor”, diz. O boulder colabora na melhora da concentração, da motricidade e ajuda a perder peso. São muitos os lugares para se praticar em Goiás. Um deles, o Parque dos Pirineus, entre Pirenópolis, Cocalzinho de Goiás e Corumbá, está entre os quatro melhores lugares do País para os esportistas.

 

Pontos para mergulhar e escalar em Goiás

 

Lago de Serra da Mesa, em Minaçu; Lago de Corumbá 4, em Alexânia; Lago das Brisas, em Buriti Alegre; Lago Azul, em Três Ranchos, e Rio Quente etc.

 

Parque Estadual de Terra Ronca, em São Domingos; Chapada dos Veadeiros, em Cavalcante e Alto Paraíso de Goiás; Parque Estadual da Serra de Caldas, em Caldas Novas; além dos municípios de Vila Propício, Jaraguá e Iporá etc.

Fonte: O Hoje

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