Assembleia realiza eventos em apoio ao movimento nacional do Dia C da Ciência durante esta quarta-feira, 25

Data: 26 de outubro de 2017
Fonte/Veículo: Diário do Congresso
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A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) realizou na manhã desta quarta-feira, 25, no Auditório Solon Amaral, audiência pública para debater o tema “Dia C da Ciência”. Simultaneamente, também realiza uma exposição de trabalhos de pesquisa científica, fomentados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), que ficará até as 18 horas, no saguão principal do Palácio Alfredo Nasser.

Os dois eventos fazem parte das atividades desenvolvidas em todo o país pelo Movimento Nacional em Prol da Pesquisa, a propósito da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que definiu o dia 25 de outubro como o Dia C da Ciência no Brasil. Essas duas realizações simultâneas foram acertadas com o presidente da Alego, deputado José Vitti (PSDB), há 20 dias, com representantes de instituições de ensino no Estado.

Diretor administrativo da Alego, Joel de Sant’Anna Braga Filho, representando José Vitti, fez a abertura da audiência pública, agradecendo a presença de autoridades, professores e estudantes integrados no Movimento Nacional em Prol da Pesquisa. Ele destacou o papel da Alego na aprovação de leis que asseguram recursos financeiros para aplicação em ciência e tecnologia, para a área de pesquisa e de amparo para os estudantes e universidades que fazem trabalho excepcional. Lembrou também que a Alego aprovou o Estatuto do Portador de Câncer.

Compuseram a mesa dos trabalhos, presidida por Joel de Sant’Anna Braga Filho, as seguintes autoridades: o reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), professor Orlando Afonso Valle do Amaral; a pró-reitora de Pesquisa e Inovação da UFG, professora Maria Clorinda Soares Fioravanti; presidente da Fapeg, professora Maria Zaira Turchi; e a pró-reitora de pós-graduação e pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), professora Milca Severino Pereira.

Maria Clorinda Soares Fioravanti falou sobre Ciência e terminou falando sobre Educação. A professora disse ser inquestionável que a soberania do país possa existir sem que haja investimentos em pesquisas. “E no nosso País, a divulgação científica ainda é pouco disseminada. Isto é o que reflete na diferença entre os países que têm capacidade de desenvolver seus cidadãos e aqueles países que não têm”, destacou.

Disse ainda que é nítido o retrocesso que o País vem observando desde o ano de 2014, quando o Governo Federal iniciou cortes nas verbas que são destinadas à educação e pesquisas, em todos os programas. “O corte que temos para 2018 é ainda maior e coloca em risco todo o desenvolvimento do país e, consequentemente, sua soberania. A intensidade dos cortes é tão brutal que o Presidente da República recebeu, inclusive, uma carta, assinada em conjunto por vários ganhadores do prêmio Nobel, informando suas preocupações com o que vêm ocorrendo no Brasil com a diminuição dos investimentos no setor de Educação e Desenvolvimento de Tecnologia”.

A pró-reitora da UFG destacou ainda que a Ciência e Educação andam juntas e que quando não se investe nestas, ocorre o colapso de uma nação. “Nós professores, pesquisadores e estudantes estamos aqui hoje para solicitar que nos ajudem a garantir a existência e a preservação dos sistemas de educação e pesquisa que foram construídos com muito esforço durante as últimas décadas”, finalizou.

A professora Maria Zaira Turchi defendeu os investimentos em ciência e pesquisa no País. Ela disse que toda comunidade científica está em uma grande luta nacional para a sobrevivência dela no País. “Temos mobilizado e assinado documentos para mostrarmos a importância dos investimentos em ciência. Em pesquisa os investimentos são de longo prazo, sem eles não há futuro, e sem os investimentos perde-se tudo aquilo que já foi iniciado”, destacou.

A professora destacou que as entidades como a Fapeg precisam ter o orçamento garantido para que possam continuar em sinergia com as instituições de desenvolvimento científico. “Quando o Governo Federal não consegue colocar sua contrapartida em instituições como a nossa, faz com que o Governo Estadual também não consiga suportar o bom andamento da fundação. Então temos que ter um sistema forte e em sintonia para que possamos desenvolver da melhor maneira o nosso trabalho.”

Ela disse que a Educação e a Ciência têm dado oportunidade aos brasileiros. “Por isso hoje levantamos essa bandeira tão importante que garante futuro aos nossos filhos e desenvolvimento ao nosso País. E todo país desenvolvido do mundo sabe que não existe ciência se não houver investimento público.”

Milca Severino Pereira disse que a participação de professores, alunos e universidades, neste ato público em defesa da ciência brasileira, é importante, enfatizando que a PUC-GO tem mais de 38 pesquisas, realizadas pelos seus alunos. “Todas essas pesquisas receberam financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). Estamos contentes com a participação dos universitários neste encontro e temos como principal objetivo deste debate, informar a sociedade e esclarecer ao cidadão a importância da ciência na vida de todos nós.”

Ela lembrou que ciência gera riqueza. “Um povo para ser livre e soberano é preciso investimento na área da ciência e educação. Estamos hoje nesta Casa de Leis para pedir apoio dos deputados, para que juntos às demais autoridades, consigam impedir a redução para recursos destinados a pesquisas. Se não tiver investimentos adequado, vamos regredir e nosso país deixa de avançar”, sintetizou Milca Severino.

“Data é um marco”

Por último, falou o professor Orlando Afonso Valle do Amaral, que destacou que a data de 25 de outubro é um marco, já que o intuito é reproduzir as atividades anualmente e com ela mostrar à população a importância das pesquisas e como elas influenciam o cotidiano de todo cidadão.

O reitor destacou que o desenvolvimento das universidades no Brasil é muito recente. “Em comparação com países europeus entre outros, temos um desenvolvimento em Pesquisa e Ciência muito recente datado de menos de um século. E a diferença ainda é brutal nessa comparação”, destacou.

Orlando Amaral disse que o marco da pesquisa em Goiás foi a criação da Fapeg, há aproximadamente dez anos. “Isso propiciou um salto no desenvolvimento de Pesquisas e Ciência em nosso Estado, mas que ainda carece de apoio, apesar da solidez de nossas estruturas, de maior investimento”, ressaltou.

O professor falou ainda que a UFG ocupa lugar de destaque no cenário nacional e que o investimento na mesma é fundamental para manter a qualidade. “Temos uma posição importante em relação às universidades existentes pelo País. Precisamos melhorar o gasto com a educação básica sem incorrer em erros como, por exemplo, a relocação de verbas da educação superior para esse investimento”.

Amaral destacou, por fim, que foram criadas várias armadilhas, falácias e mitos na educação brasileira. “E a Educação não pode ser tratada na base de falácias e mitos”, finalizou o reitor ao colocar sua preocupação com o futuro da Educação e da Pesquisa no País.

Os mais de 60 pôsteres com trabalhos relativos à pesquisa científica, tecnológica e de inovação ficaram expostos no saguão da Alego até as 18 horas desta quarta-feira, 25. Fomentada pela Fapeg, a exposição conta com trabalhos científicos de professores e estudantes das principais instituições de ensino do Estado de Goiás, aos exemplos da UFG, Instituto Federal de Goiás (IFG), Instituto Federal Goiano (IF Goiano), PUC-GO, Centro Universitário de Anápolis (UniEvangélica) e Universidade de Rio Verde (UniRV).