Seminário na Faculdade de Educação discute a diversidade sexual

O Grupo Transas do Corpo participou do evento e mostra suas idéias em uma entrevista para a Agência de Notícias da Facomb

No último dia 05, professores do ensino médio da rede pública estadual, que farão cursos de formação em gênero e sexualidade ao longo do ano, participaram do seminário “Educação e cidadania: construindo a igualdade de gênero e a diversidade sexual” no auditório da Faculdade de Educação (FE) da Universidade Federal de Goiás (UFG). O seminário de sábado marcou o início das atividades do curso de formação de professores da rede pública estadual de ensino médio da Região Metropolitana de Goiânia. Os cursos que serão desenvolvidos em 2008 têm por objetivo capacitar os docentes para enfrentarem as discussões em sala de aula, enfatizando a igualdade de gênero e o respeito aos direitos sexuais. As equipes do Ser-Tão, Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidade, que é vinculado ao Programa de Direitos Humanos da universidade e do Grupo Transas do Corpo conduzem esses trabalhos.

A importância de se discutir a sexualidade

     O Grupo Transas do Corpo é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em Goiânia, em 1987, que realiza ações educativas em gênero, saúde e sexualidade. Com práticas apoiadas no feminismo, atua através de: formação, articulação política, comunicação e desenvolvimento institucional.

     E para falar um pouco sobre o trabalho realizado pelo grupo e sobre a participação no seminário “Educação e cidadania: construindo a igualdade de gênero e a diversidade sexual”, você confere abaixo uma entrevista com a co-fundadora do Grupo Transas do Corpo, e atualmente coordenadora da área de projetos, Eliane Gonçalves. Ela fez a mediação do debate pela manhã com os professores Guacira Lopes Louro da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), e Luis Paulo da Moita Lopes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cuja ênfase foi em gênero, sexualidade e educação.

      Eliane é Doutora em Ciências Sociais pela Unicamp (2007), Mestre em Educação pela Universidade Federal de Goiás (1998), Especialista em Saúde Pública pela Fiocruz (1987) e graduada em Nutrição (UFG, 1985). Atualmente, ela tem atuado nas seguintes áreas temáticas: sexualidade e subjetividade; direitos sexuais; famílias contemporâneas e relações de gênero, nas quais tem vários artigos publicados e sobre as quais desenvolve metodologias educativas.   

Entrevista

Agência - Qual o público-alvo dos grupos de estudo promovidos pelo Grupo Transas do Corpo e que participou também do seminário?

Eliane - O seminário foi aberto ao público, embora seja dirigido preferencialmente a professores/as do ensino médio da rede pública estadual, que farão cursos de formação em gênero e sexualidade ao longo do ano, com equipes do Ser-tão e do Grupo Transas do Corpo. Esses cursos têm por objetivo capacitar os/as docentes para enfrentarem as discussões em sala de aula, enfatizando a igualdade de gênero e o respeito aos direitos sexuais. Quanto ao seminário, foi um momento riquíssimo e único de discussões, com pessoas altamente qualificadas no assunto.

Agência - Como tem sido a participação (entre comunidade geral e comunidade acadêmica) nos grupos de discussão em que o “Transas" tem participado?

Eliane - O "Transas" tem historicamente trabalhado muito próximo à comunidade acadêmica, seja realizando pesquisas, cursos de extensão e oferecendo formação feminista a universitárias/os. Nos últimos anos, oferecemos vários cursos de formação feminista para jovens e para lideranças de movimentos sociais e hoje há várias "jovens feministas" em ação. Dentre as fundadoras e colaboradoras do "transas" há também professoras universitárias.

Agência - Qual a importância do trabalho feito pelo Grupo Transas do Corpo? Em que consistem suas atividades?

Eliane - O "Transas" é uma organização feminista, com 21 anos de atuação. Sua principal vocação é a formação, embora desenvolva pesquisas, ações de comunicação e de gestão. É através da formação que o grupo dissemina as teorias e metodologias feministas que visam construir a cidadania das mulheres e a igualdade de gênero. Esta disseminação também se realiza através de publicações diversas (livros, boletim “Fazendo gênero”, cartilhas, relatórios, folderes, etc.) E da página na internet.

Agência – Como o público desse grupo leva para a sociedade as idéias defendidas?

Eliane - O "Transas" é antes de tudo um grupo e como tal, funciona a partir de acordos e decisões tomadas coletivamente. Suas atividades são desenvolvidas com e para outras pessoas e outros grupos, organizados ou não. Cada integrante, individualmente, também tem oportunidades distintas de atuar em suas esferas específicas de trabalho de acordo com os princípios feministas que orientam a prática do grupo. As estratégias de disseminação são múltiplas e diversificadas e incluem cursos, seminários, audiências públicas, articulação em redes, publicações, intervenções na mídia, pesquisas, orientações acadêmicas, palestras, oficinas e serviços on line através da página www.transasdocorpo.org.br

Por Viviane Sales

Fonte: Agência UFG de Notícias