UFG desenvolve projeto para melhoramento participativo na cultura do arroz
A Universidade Federal de Goiás, em parceria com a Agência Rural e a Embrapa Arroz e Feijão desenvolveu, este mês, um trabalho de campo para apresentar o projeto de melhoramento participativo do arroz de terras altas para a agricultura familiar, sob a coordenação da professora Patrícia Guimarães Santos Melo.
Segundo a professora, o objetivo do melhoramento participativo é assegurar que a pesquisa responda às necessidades dos agricultores, a partir da reformulação das estratégias convencionais do processo. Para ela, o fundamental é reconhecer o papel dos pequenos produtores no processo de tomada de decisão.
A coordenadora do projeto informou ainda que, no levantamento que fez junto às famílias produtoras de alguns municípios do estado, concluiu que a taxa de adoção de novas tecnologias tem sido muito baixa. Segundo ela, isso se deve a uma inconsistência entre as tecnologias geradas e a situação concreta dos produtores, ou seja, as tecnologias oferecidas não estariam apropriadas às reais necessidades dos usuários.
Como alternativa, a pesquisa em desenvolvimento busca, principalmente, desenvolver mecanismos dentro do próprio sistema de produção das famílias envolvidas, de forma a incluir os participantes desde o início do processo de geração de tecnologia. Dessa forma, o projeto fortalecerá os pequenos produtores ao criar uma alternativa dinâmica de conservação e valorização do seu conhecimento, preservando a diversidade.
Segundo a pesquisadora, 71,2% dos estabelecimentos rurais do estado são caracterizados como agricultura familiar, o que compõe 80 mil hectares de lavouras comunitárias. Para ela, o grande benefício concreto do projeto será ajudar essas famílias na economia doméstica, se possível, com a produção de excedente para a comercialização.
Trabalho de campo
Representantes das instituições envolvidas, pesquisadores e pequenos produtores realizaram, no dia 04 de abril, em Nova Veneza, um dia de campo para apresentar o projeto. O evento aconteceu em uma gleba de terra da Fazenda Souza, que faz parte da Associação de Mini e Pequenos Produtores da Fazenda Souza (Amplusa). A Associação, que envolve 23 famílias, contribuiu no cultivo de unidades demonstrativas de dez diferentes materiais de arroz.
A professora Patrícia Melo informou que, dos dez materiais cultivados, há ao menos duas linhagens já validadas para o município. E para verificar o interesse em uma série de características constantes em todos esses materiais, foi solicitada às 35 pessoas presentes no dia, que preenchessem um formulário para avaliação morfológica das linhagens. O resultado contribuirá para a indicação de cultivares aos agricultores.
Source: Agência UFG de Notícias (Mônica Carneiro)