Faculdade de Agronomia investe em tecnologia e pesquisa

Pesquisadores da Faculdade de Agronomia da UFG desenvolvem variedades mais produtivas da cana-de-açúcar específicas para a condição do solo goiano

Para acompanhar o crescimento do setor sucroalcooleiro do Brasil, e driblar a dificuldade de se alcançar um melhor desempenho produtivo no Estado, a Faculdade de Agronomia da UFG investe, desde 2005, em pesquisas para o melhoramento genético da cana-de-açúcar, de forma a criar variedades adaptadas às condições de cultivo e manejo específicas da região.

Essas pesquisas fazem parte do Programa de Melhoramento da Cana-de-Açúcar (PMGCA), desenvolvido em parceria com as indústrias e integrado a uma rede interuniversitária. Uma equipe de pesquisadores, da qual faz parte o professor Américo José dos Santos, dedica-se à geração de variabilidades em busca de características como resistência à seca, menos florescimento, maior concentração de açúcar e biomassa e adaptabilidade à colheita mecanizada.

Até o momento, nenhuma das variedades utilizadas em Goiás foi produzida no Estado. A maior parte foi trazida de São Paulo, Minas Gerais e estados do Nordeste. Por esta razão, embora possa apresentar resultados bons, geralmente o cultivo não expressa todo o seu potencial produtivo. O objetivo do Programa é justamente substituir a cultivar importada por uma variedade desenvolvida com qualidades específicas para a região, que requer uma maior resistência às pragas e ao estresse hídrico, adaptação a solos mais fracos e riqueza em fibra e biomassa, o que favorece a co-geração de energia.

Os pesquisadores goianos realizam os cruzamentos uma vez por ano na região da Serra do Ouro, estado do Alagoas. Lá está localizada a estação de cruzamentos administrada pela Universidade Federal de Alagoas. As sementes são trazidas para Goiás, germinadas e, a partir do nascimento das mudas, são selecionados os melhores clones. Segundo o professor Américo, das milhares de mudas de plantas geradas por ano, os pesquisadores conseguem uma ou duas para se tornar uma cultivar comercial, o que considera uma grande vitória.

 

Por Mônica Carneiro

Fonte: Agência UFG de Notícias