Melhoramento genético da cana-de-açúcar favorece geração de energia
O Programa de Melhoramento Genético da cana-de-açúcar da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da UFG, em parceria com indústrias e usinas de Goiás, desenvolve, desde 2005, alternativas com melhor adaptabilidade às condições de manejo e cultivo do produto na região. Esta pesquisa busca expandir o setor sucroalcooleiro, em franco crescimento no país, para áreas não tão propícias ao seu desenvolvimento, mas igualmente interessadas nas facilidades do mercado e da geração de tecnologia.
Além da geração de cultivares da cana-de-açúcar mais resistentes aos problemas específicos da região do Cerrado, como o estresse hídrico e a baixa fertilidade dos solos, a pesquisa também beneficia a geração de energia, pois a cana-de-açúcar é fonte de energia renovável tanto pelo álcool, quanto pela queima do bagaço e das palhas nas caldeiras. Essa queima transforma o produto em energia elétrica, retroalimenta as próprias usinas e pode ser vendida para as companhias elétricas.
Atualmente, a maioria das usinas que investe em tecnologia é totalmente autônoma em relação à energia e ainda faz da venda do excedente uma outra fonte de receita. A tecnologia também se faz presente na mecanização da colheita e do plantio. Indústrias importantes como a Jalles Machado e a Goiasa já colhem aproximadamente 60% de suas áreas mecanicamente. E a tendência, segundo o professor Américo José dos Santos Reis, um dos pesquisadores do projeto, é que esta automação aumente, tanto pela falta de mão-de-obra quanto pela questão ambiental, pois evita a queima dos canaviais.
As queimadas liberam gás carbônico na atmosfera e produzem fuligem que afeta as populações dos núcleos urbanos. Trata-se, portanto, de uma tecnologia que elimina numeroso postos de trabalho, mas ao menos favorece o meio ambiente, salienta o professor. Estima-se ainda que os investimentos na ampliação e construção de unidades vão duplicar, até 2010, a produção de açúcar e álcool no Estado.
Fonte: Agência UFG de Notícias (Mônica M. Carneiro)