Pesquisas da UFG propõem alternativas para cultivo sustentável de peixes

Estudos apresentam alternativas para a não contaminação da água de criadouros e o melhoramento de rações

Com clima favorável, grande biodiversidade, alta produção de grãos para fabricação de rações e muita disponibilidade de água, o cultivo de peixes no Brasil só tem aumentado. Atentos a isso, pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) procuram alternativas para fazer da criação de peixes uma atividade sustentável, que respeite o meio ambiente. Algumas das propostas envolve a troca de produtos químicos por naturais, que não contaminam a água, e o melhoramento das rações de forma ecologicamente correta.

 Realizados no setor de piscicultura da Regional Jataí, os estudos buscam evitar que a água escoada dos viveiros e tanques prejudique o meio ambiente. Segundo a médica veterinária Cristielle Souto, a água do cultivo geralmente é contaminada pelo uso inadequado de produtos químicos para combater doenças que acometem os peixes, uma prática comum especialmente em criações amadoras. “Muitos produtos químicos são aplicados indiscriminadamente para tratar os animais, como o formol que, apesar de proibido, é utilizado em grande escala, ou o verde malaquita, que é cancerígeno”, afirma.

 Uma alternativa proposta pela pesquisadora é substituir tais produtos por medicamentos fitoterápicos: “Estamos cada vez mais utilizando produtos naturais como o alho e o açafrão, que já têm eficácia comprovada, para melhorar o sistema imunológico dos animais, além dos efeitos antibióticos. A não contaminação da água dos tanques e viveiros permite seu reaproveitamento para irrigar hortaliças, oferecendo nutrientes para as plantas”.

 Alimentação

Os pesquisadores também encontraram alternativas para incrementar a qualidade das rações servidas aos peixes com um custo mais baixo. Em parceria com a Universidade Federal de Alagoas, eles desenvolveram uma ração que utiliza resíduos das unidades de beneficiamento do camarão na produção de farinha, substituindo assim o farelo de soja. “O crescimento e bem-estar fisiológico dos peixes foram avaliados, provando a viabilidade no uso desse alimento”, detalha Cristielle Souto.

Fonte: Ascom UFG