Palestra discute políticas de trabalho e renda

"As relações de trabalho no Brasil estão cada vez mais precarizadas" afirmou palestrante

 

 

O II Seminário Nacional Gênero e Trabalho, que ocorre na Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia (FCHF) apresentou na última sexta-feira a discussão de políticas de trabalho e renda, com o foco no programa Bolsa-Família do Governo Federal e a precarização nas relações de trabalho no Brasil. A palestra contou com a presença de Rosa Maria Marques, doutora em economia pela Universidade de São Paulo e professora da PUC-SP e com Roberto Véras, doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo e professor da Universidade Federal de Campina Grande.

A palestra Para Rosa Maria, “o Governo LULA aumentou significativamente o salário mínimo, aqueles que ganham menos foram bastante afetados como o aumento do salário mínimo”, já que houve um aumento também do poder de compra.Rosa ainda acrescentou que cerca de 45% dos votos do Lula para o Segundo mandato eram justificados pelo Bolsa-família.

No governo Fernando Henrique, “as políticas voltadas à distribuição de recursos não se concentravam em um ministério, cada ministério tinha um programa separado. Hoje, o Bolsa- Família está em todos os municípios brasileiros e inclui todos os outros programas”, ressaltou a professora Rosa Maria. O Programa Bolsa Família atinge 46 milhões de pessoas, o que significa 26% da população brasileira. Para o governo federal, o programa não é um direito.

Rosa Maria, juntamente com outros especialistas defende que o programa deve ser considerado um direito e o nível de renda para estar incluído no programa deve ser maior. O Doutor Roberto Verás veio acrescentar as falas de Rosa Maria. De acordo com Verás, “o padrão das relações de trabalho do Brasil se assemelha com o padrão dos países desenvolvidos, mas tem suas especificidades”.

Se estabelece uma segmentação contrastante entre assalariado e não assalariado, entre cidade e meio rural, entre trabalho formal e informal. Para os pesquisadores da área as relações de trabalho no Brasil estão cada vez mais precarizadas. Para a estudante de pós-graduação, Elizabel Nunes, “o trabalho está precarizado também em países desenvolvidos, mas a situação brasileira está pior”.

O professor Verás concluiu, deixando claro que as políticas de trabalho e renda não devem ser fragmentadas, mas tem que atuar sobre um conjunto mais ampliado e os programas tem que estar acompanhados de mudanças estruturais na economia brasileira. O término do evento ocorreu própria sexta, com cerca de 150 pessoas inscritas.

 

 

 

Fuente: UFGNet