UFG destinará 20% das vagas ao sistema de cotas
UFG destinará 20% das vagas ao sistema de cotas (Diário da Manhã, 02/08/2008)
Marina Dutra, da EDITORIA DE CIDADES
A Universidade Federal de Goiás (UFG) aprovou ontem cotas de 10% para candidatos de escola pública e de 10% para negros provenientes também da rede pública. A mudança já será válida para o próximo vestibular que ocorre em novembro. Serão destinadas cerca de mil vagas tanto para negros como para alunos de escolas públicas. Atualmente, a UFG possui cerca de 4 mil vagas. Em 2009, haverá a criação de mais 19 novos cursos de graduação, o que representa mais de mil novas matrículas. O programa nomeado como UFG Inclui foi aprovado pelo Conselho Universitário da instituição após passar por algumas discussões. Foram 33 votos favoráveis, com apenas três contrários e três abstenções.
A pró-reitora de Graduação da UFG, professora Sandra Mara Matias Chaves, explica que o programa de inclusão será em duas etapas. A primeira fase do processo seletivo de 2009 prevê a convocação adicional de 20% de candidatos de escola pública e, ainda, mais 20% de negros oriundos da escola pública.
“Essa seria uma forma de dar a possibilidade para esses alunos alcançarem a 2ª fase”, afirma a pró-reitora. Além disso, os candidatos serão convocados por ordem de classificação para a segunda etapa, caso os respectivos cursos escolhidos não tenham atingido o índice.
Já na segunda fase do processo seletivo, a UFG irá analisar se o índice de 10% de candidatos de escola pública e de negros foi atingido em cada curso. Caso contrário, os candidatos serão convocados por sistema de cotas e por ordem de classificação. As vagas de cada curso serão preenchidas até atingir 10% de alunos de escola pública e 10% de negros.
O critério para o caso de estudantes negros será o da autodeclaração. No ato da inscrição, o candidato pode optar pelo sistema universal ou pelo Programa UFG Inclui. Antes de ser aprovada pelo Conselho Universitário, a proposta também passou pelo crivo da Câmara de Graduação da UFG e pelo Conselho de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura.
Outra mudança significativa é a criação de uma vaga adicional em cada curso para índios e negros quilombolas, caso haja demanda específica. Os alunos que realizam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) poderão aproveitar as notas para o processo seletivo da UFG.
A estudante do 2º ano do ensino médio Franciane Rodrigues Moreira, 19, conta que o programa será bem-vindo para a sua inclusão no ensino superior público. Além de ter estudado toda a vida em escolas públicas, ela se considera negra. Mesmo indecisa sobre para qual curso irá prestar vestibular, Franciane já sabe que traçou suas escolhas quanto ao aprendizado: pretende ingressar em um universidade federal: “É uma ótima notícia”, comenta.
Source: Diário da Manhã
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